'Deu Preto na Memória': Mostra que resgata a presença negra na história de Juiz de Fora é inaugurada nesta quinta
A exposição faz parte da Agenda Novembro Negro e ficará em cartaz até o dia 3 de dezembro com visitação gratuita
Em uma iniciativa que busca resgatar e celebrar a presença negra na história da cidade, a Prefeitura de Juiz de Fora apresenta a exposição "Deu Preto na Memória". Composta por 43 fotografias, a mostra será inaugurada nesta quinta-feira (23), às 18h30, no Espaço Cidade, localizado no Paço Municipal, na Avenida Rio Branco 2.234, Centro. A exposição faz parte da Agenda Novembro Negro e ficará em cartaz até o dia 3 de dezembro, com visitação gratuita de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h.
As imagens, cedidas pelo público em resposta a um chamamento da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), trazem à tona momentos históricos e sociais protagonizados por negras e negros em Juiz de Fora. O recorte temporal abrange até o final da década de 1970, e as fotografias selecionadas retratam pessoas negras que contribuíram significativamente para a construção da identidade local.
O fotógrafo Fabio Domingos, que divide a curadoria da exposição com Selmara Balbino, ambos servidores da Funalfa, destaca a importância do engajamento da comunidade. “Nos surpreendemos com a resposta do público. Recebemos mais de 450 imagens, de extrema beleza e relevância histórica e social. Então teve início o desafio da seleção, já que a concepção expositiva foi pensada para cerca de 40 imagens.” Ele antecipa que está sendo avaliada a possibilidade de criação de um banco virtual para disponibilizar todas as imagens recebidas.
Deu Preto na Memória
A exposição “Deu Preto na Memória” é um questionamento sobre o que é memória, qual memória queremos manter viva e qual queremos suprimir. “Entre apagamentos deliberados, que se desdobram em esquecimentos, a herança histórica negra de Juiz de Fora sobrevive, apesar dos inúmeros obstáculos institucionalmente impostos ao longo de nossa história”, afirma Fábio. A coleção apresentada evidencia a presença negra em momentos de celebração, em seus convívios sociais e em seus ofícios. As fotos mais antigas datam da década de 1920.