Você sabe do que é composta a ração que seu pet come?

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Você sabe do que é composta a ração que seu pet come?

 Isabela Micherif 10/04/2019

A ração é o alimento mais consumido, atualmente, pelos nossos cães e gatos. Isso se deve, principalmente, ao nosso estilo de vida, por ser um alimento prático e, muitas vezes, pelo desconhecimento de que existem outras possibilidades muito mais saudáveis e saborosas.

As empresas de rações investiram muito em marketing ao longo dos anos, o que significa oferecer ao público (humano) lindas e coloridas embalagens, belas ilustrações e grande variedade de produtos, o que as tornam bem atrativas aos nossos olhos.

Já parou para reparar como as embalagens de ração tem ficado cada vez mais bonitas? Fotografias de cães belíssimos, saudáveis e de pelagem brilhante sempre compõem a estética dessas embalagens. Isso sem falar nas inúmeras informações, como, por exemplo, “mais proteína”, “mais vitamina”, “ômega 3 e 6”, dentre outras tantas que nos fazem pensar que aquela é a melhor opção para o nosso cão ou gato.

No entanto, é preciso entender melhor do que é feito e como é feito o alimento que oferecemos aos nossos companheiros de quatro patas, para que possamos, de fato, partir para a melhor escolha.

Muitas rações industrializadas utilizam como fontes de proteína subprodutos da indústria alimentícia humana, como farinha de carne e ossos, farinha de penas, farelo de trigo e farelo de soja. Estes alimentos apresentam baixa digestibilidade, o que compromete a sua assimilação pelo organismo. Além disso, deveriam ser utilizadas na fabricação da ração, apenas as carnes ou carcaças de animais que tenham sido aprovadas para consumo humano, mas, na prática, nem sempre é o que se observa. No ano de 2017, por exemplo, algumas empresas dos EUA tiveram que realizar recall de suas rações, em razão da presença de pentobarbital (substância utilizada na eutanásia de animais).

Grãos, como o trigo, a soja e o milho, também fazem parte da composição da maioria das rações existentes no mercado, e são na maioria das vezes, transgênicos. Existe ainda o risco de contaminação destes componentes por micotoxinas (toxinas fúngicas) extremamente nocivas à saúde, que podem provocar efeitos agudos, como intoxicações com vômitos e diarreia, e reações alérgicas. A longo prazo, podem causar lesões no fígado, rins, além de casos que vão desde alergias crônicas, até câncer e efeitos mutagênicos como, por exemplo, malformação de fetos.

E não pára por aí. A esta mistura ainda são acrescentados corantes e conservantes (como o BHA e BHT), alguns já associados a casos de alergias, distúrbios comportamentais e câncer.

Engana-se quem pensa que estes componentes só estão presentes nas rações mais econômicas. Basta conferir o rótulo da ração que você compra para o seu pet: fica fácil confirmar que mesmo nas rações mais caras e conceituadas, é frequente a presença de transgênicos e aditivos de baixa qualidade em sua composição.

Além de possuir tantos componentes no mínimo duvidosos, o processo produtivo da ração inclui o emprego de altas temperaturas, o que gera alterações nos valores nutricionais dos alimentos e pode mascarar a má qualidade da matéria prima utilizada. A exposição dos ingredientes a altas temperaturas também dá origem a toxinas potencialmente carcinogênicas.

Por fim, enquanto as rações secas apresentam cerca de 10% de umidade, na alimentação natural a umidade é de, em média, 70%, o que contribui para a hidratação do animal e manutenção da saúde renal.

Agora é só refletir: será que você pode melhorar a saúde, qualidade e expectativa de vida do seu peludo, através do que ele come? Procure um veterinário ou zootecnista e converse sobre a possibilidade de introduzir a alimentação natural devidamente balanceada na rotina do seu melhor amigo peludo.

*Está coluna teve a colaboração da médica veterinária Camila Delmonte.