A economia nos anos 80 em Juiz de Fora

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Rep?rter: Chico Brinati

A situa??o econ?mica do pa?s durante os anos 80 foi de extrema dificuldade. A recess?o atingia o bolso da maioria dos brasileiros. Com a crise, palavras que at? ent?o s? os t?cnicos e especialistas conheciam, ca?ram no vocabul?rio popular: infla??o, corre??o monet?ria, flutua?es, cr?ditos, reajustes, financiamentos, subs?dios, repasses, INPC (?ndice Nacional dos Pre?os ao Consumidor) e at? o, hoje t?o popular, FMI.

A infla??o alta, as d?vidas sobre a pol?tica econ?mica do ministro Delfim Neto, a tamanha dificuldade em estabilizar a economia com os v?rios planos - Cruzado, Cruzado II, Bresser - sem muitos resultados positivos, a morat?ria da d?vida externa, em 1987, acabaram por levar o per?odo a ser considerado como a "d?cada economicamente perdida".

No in?cio, Juiz de Fora, ao contr?rio do que mostrava o cen?rio nacional, apresentava perspectivas boas. Quando as primeiras estacas foram fincadas para a constru??o da Sider?rgica Mendes J?nior (foto acima), o mercado viveu a expectativa de retomar os tempos de "Manchester Mineira". A Mendes J?nior era o maior complexo produtor de a?os n?o planos da Am?rica do Sul e empregava cerca de quatro mil funcion?rios. Os postos de trabalho que foram abertos ajudaram a "blindar" os juizforanos de uma recess?o maior. Mas tamb?m escondiam a d?vida milion?ria adquirida pela Prefeitura para a implanta??o da sider?rgica. Depois, o Estado assumiu a pagamento. Outras grandes ind?strias se fixaram aqui naquela d?cada, como a Companhia Paraibuna de Metais (foto ao lado). Elas somaram-se a outras como a Malharia Master, a Becton Dickinson Ind?strias Cir?rgicas, a Facit SA - M?quinas de Escrit?rio e a Companhia Mineira de Refresco.

Segundo os professores da Faculdade de Economia e Administra??o da UFJF, Lourival Batista de Oliveira J?nior (foto ao lado) e Suzana Quinet Andrade Bastos (foto abaixo), essas ind?strias conseguiram manter a cidade com uma situa??o econ?mica melhor que o restante do pa?s na primeira metade da d?cada, mas depois tiveram que cortar gastos e n?o conseguiram conter a recess?o.

Com o aumento do poder aquisitivo da popula??o, a cidade viveu a "febre imobili?ria" . "As construtoras come?aram a lan?ar pr?dios para pessoas de classe alta, com um ganho salarial maior na primeira metade dos anos 80. Isso aumentou o valor dos alugu?is, inflacionando o mercado para a classe m?dia e os pobres.

"O resultado foi o aumento das periferias, gerando um problema social", diz Suzana. A publicidade apelava para o cidad?o "garantir seu dinheiro comprando um im?vel". E a maioria atendeu: foi um boom de compra de casas, apartamentos, lotes, ch?caras, todo tipo de im?vel.

Na segunda metade dos anos 80, ganha aten??o a micro-empresa, com o projeto de constru??o do distrito industrial. "Eles saem do grande projeto e v?o concentrar as a?es na pequena e m?dia empresa", garante Lourival. O prefeito Mello Reis assina conv?nio que estabelece um sistema de apoio a pequenas e micro-empresas de Juiz de Fora na ?rea de malharias, confec?es e cal?ados. J? Tarc?sio Delgado inaugura o "Complexo do Milho Branco".

Outros setores viveram a altern?ncia de alta e queda no per?odo. Em 1986, a cidade apresentava um aumento na ind?stria de confec?es, o que durou at? 1988, com malharias e m?quinas paradas devido ? recess?o econ?mica.