Lair Ribeiro e o segredo do sucesso

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1? Bienal do Livro

Lair Ribeiro e o segredo do sucesso

25/11/98

Com mais de 40 publica?es, entre livros, v?deos, fitas cassete e jogos, o escritor juizforano, Lair Ribeiro, 53 anos, conta em entrevista exclusiva porque escolheu Juiz de Fora para lan?ar o CD-ROM ?O sucesso ao seu alcance? e fala da import?ncia da Bienal para a cidade.

JF SERVICE- Como surgiu a id?ia de lan?ar em CD-ROM o livro que vendeu s? no Brasil mais de 1,5 milh?o exemplares?
Lair Ribeiro - O CD-ROM foi criado para complementar o livro, funcionando como um curso para quem n?o tem acesso ? minha pessoa. Apesar de ter sido baseado no O sucesso n?o ocorre por acaso , o CD-ROM ? um curso interativo de 30 horas de trabalho, em que a pessoa vai incorporando ? sua estrutura psicol?gica seis caracter?sticas importantes para ser bem sucedida. Ela aprende a estabelecer metas, a ter uma atitude positiva, a se comunicar melhor, a desenvolver sua auto-estima, a ter mais ambi??o e a entender a import?ncia do trabalho. A inten??o ? fazer um CD-ROM para cada um dos meus livros.

JF SERVICE - O senhor acredita que o CD-ROM tamb?m ser? um sucesso de vendas como o livro?
Lair Ribeiro - N?o com a mesma propor??o, porque nem todo mundo tem computador multim?dia. O p?blico ainda ? reduzido, mas dentro do mercado de CD-ROMs, ele vai ser um best-seller , ou seja, vai vender mais do que os outros t?tulos existentes no mercado.

JF SERVICE - Que tipo de p?blico pretende atingir com o CD-ROM?
Lair Ribeiro - Principalmente os jovens. Porque eles est?o mais familiarizados com o processo de interatividade.

JF SERVICE - Quais s?o as caracter?sticas principais desta publica??o? H? algum diferencial?
Lair Ribeiro - Basicamente, apresenta??o visual e a interatividade. Eu fa?o perguntas e o indiv?duo tem que procurar respostas. Cada vez que resolve uma etapa, surge um novo desafio. ? t?o din?mico como um game. Mas pode ser usado tamb?m para o relaxamento. E s? acionar um dos arquivos de som.

JF SERVICE - Porque escolheu a Bienal de Juiz de Fora para lan??-lo?
Lair Ribeiro - Porque sou juizforano, fui criado aqui, estudei Medicina e dei aula na UFJF. Segundo, porque quem fez o CD-ROM, por coincid?ncia, tamb?m ? de Juiz de Fora. Terceiro, porque ? a primeira Bienal da cidade. Al?m disso, as pessoas que est?o organizando a bienal s?o meus amigos. Juntando tudo isso fazia sentido, j? que o CD-ROM estava pronto e ia ser colocado no mercado, lan??-lo em Juiz de Fora. Quem sabe me d? sorte?

JF SERVICE - Qual a import?ncia de um evento como a Bienal para Juiz de Fora?
Lair Ribeiro - A bienal tem por finalidade estimular a popula??o a ler mais. ? uma oportunidade para que as crian?as, ao visitarem as editoras e conhecerem tantos t?tulos, sejam estimuladas a ler. E hoje est? provado que quem n?o adquire o h?bito de ler at? os 21 anos, n?o vai adquiri-lo mais tarde. Para aqueles que j? t?m o habito de ler, o Caf? Liter?rio ser? uma ?tima chance para trocar id?ias com os escritores.

JF SERVICE - A id?ia do Caf? liter?rio foi sugerida pelo senhor, n?o ??
Lair Ribeiro - Na realidade n?o foi minha. Eu presenciei o Caf? Liter?rio no Sal?o do Livro em Paris, achei a id?ia interessante e convenci o Jos? Augusto Gaburri (organizador da Bienal) a implant?-la no evento de Juiz de Fora.

JF SERVICE - Qual a import?ncia da aproxima??o com o p?blico?
Lair Ribeiro - No bate-papo do Caf? Liter?rio, o escritor sente o que o p?blico est? precisando. E isso ? importante, porque eu escrevo para o leitor e n?o para o cr?tico liter?rio. Eu n?o estou interessado em que o cr?tico pensa do meu livro. O cr?tico n?o compra livro.

JF SERVICE - Por falar em cr?ticas, como o senhor lida com isso?
Lair Ribeiro - Se voc? quiser fazer sucesso na vida, tem que estar disposto a enfrentar as cr?ticas. Ela faz parte do sucesso. N?o interessa o que fizer, vai ter sempre algu?m para criticar. Quem n?o quiser ser criticado, tenho uma f?rmula: n?o fale nada, n?o fa?a nada, n?o seja ningu?m. ? o ?nico jeito de n?o ser criticado.

JF SERVICE - O senhor acredita que seus livros ajudam a melhorar a vida das pessoas?
Lair Ribeiro - Sim, porque do contr?rio n?o continuaria escrevendo. Tenho um escrit?rio em S?o Paulo que recebe, em m?dia, 40 cartas por dia de pessoas me contando que leram o meus livros e se deram bem. As id?ias transmitidas pelos meus livros estimulam outras id?ias na cabe?a das pessoas. E quem manda no mundo n?o ? quem tem terras ou dinheiro, ? quem tem id?ias.

JF SERVICE - A que o senhor atribui o recorde de vendas de seus livros?
Lair Ribeiro - A uma combina??o de fatores. Primeiro que n?o me considero um escritor, eu sou um comunicador. N?o sendo escritor, escrevo de forma diferente, como se estivesse conversando com o leitor. Al?m disso, estou disposto a ir de cidade em cidade para divulgar meu trabalho. Porque o escritor que quer vender livros n?o pode se dar ao luxo de coloc?-lo na livraria e dar por encerrado seu trabalho.

JF SERVICE - O senhor segue o que prega em seus livros? Enfim, estabelece metas e se organiza para atingir seus objetivos?
Lair Ribeiro - Sim, eu sou muito organizado, cuido da minha sa?de, do meu corpo, n?o fa?o nenhum abuso. Eu dou palestras e cursos durante todo o ano em cerca 11 pa?ses. S? no Brasil, visito mais de 80 cidades. Para fazer tudo isso, tenho que ser uma pessoa organizada, met?dica e com metas bem definidas.

JF SERVICE - Ao todo s?o 13 livros publicados, qual deles lhe deu maior satisfa??o em escrever?
Lair Ribeiro - O livro que meu deu mais satisfa??o em escrever, paradoxalmente, foi o que vendeu menos. ? o Recriando seu passado e criando seu futuro , que mostra como ? poss?vel acabar com os ressentimentos do passado e planejar o futuro.

JF SERVICE - Qual a sua opini?o sobre os livros de auto ajuda ?
Lair Ribeiro - Eu n?o escrevo livros de auto ajuda, meus livros s?o de auto-conhecimento. De acordo com o conceito americano, ? considerado de auto ajuda o livro que substitui o terapeuta e essa n?o ? a minha inten??o. No Brasil, meus livros s?o classificados dessa forma erroneamente. O que n?o faz a menor diferen?a, vendem do mesmo jeito.

Colabora??o: Emilene Campos
Estudante do 8? per?odo
da Faculdade de Comunica??o da UFJF