Juiz de Fora 150 anos em um minuto:
Os fatos e personalidades que constru?ram a hist?ria da cidade.
Novas cr?nicas todos os dias, de segunda a sexta.
Uma iniciativa da R?dio FM Itatiaia e do JFService
09/05/2000
Quem disse que a alta sociedade n?o sabe fazer samba? Um grupo de rapazes de
Juiz de Fora se reuniu para mostrar que tamb?m entendia do assunto e podia
fazer frente ?s grandes escolas da cidade, como a Feliz Lembran?a e a
Turunas do Riachuelo. Eram "Os Granfinos do Samba". Eles n?o tinham quadra,
mas improvisavam os ensaios na casa dos componentes, como Adauto Villela. Os
granfinos sa?ram pela primeira vez em 1949 e, no ano seguinte, desfilaram
novamente. O grupo veio para inovar. Ao inv?s das tradicionais camisas
listradas e chap?us de palha, os integrantes dos "Granfinos do Samba"
levaram para a
Rua Halfeld as fantasias luxuosas nas cores da escola:
sulferine, azul e branco. A maioria dos componentes era formada por rapazes,
mas os destaques eram as irm?s Solange e Marlene Brandi, al?m de Jorge
Schuery, que se vestia de baiana e animava a todos. Geraldo Mendes foi um
dos fundadores dos Granfinos do Samba e relembra como foi criada a escola,
que fez sucesso nos seus dois grandes desfiles.
Entre os anos 30 e 40, um ve?culo Chevrolet verde, com um compartimento em
forma de cela atr?s, representava a for?a da lei em Juiz de Fora. A
Viuvinha, como era chamada a viatura, dava apoio ao trabalho da guarda
civil, transportando os presos nas ocorr?ncias policiais. A origem do nome,
segundo Mauro Coimbra, que trabalhou como guarda civil, tem duas vers?es:
uma delas, ? de que o carro se parecia com um p?ssaro chamado Viuvinha. A
segunda ? de que, quando o ve?culo detia algu?m e conduzia para a delegacia,
a esposa do preso ficava s?, s? como uma vi?va. Outro ve?culo que marcou
?poca foi o rabec?o, que transportava os mortos para a Funer?ria do Carri?o,
?nica que existia na cidade naquele tempo. A frota da guarda civil ainda
contava com uma ambul?ncia que, antes da inaugura??o do Pronto Socorro
Municipal,
Av. Dos Andradas, s/n, em 1935, era respons?vel pelo transporte de pacientes para os
hospitais.
A
Rua Halfeld sempre foi cen?rio de muitas hist?rias que revelam a
trajet?ria de Juiz de Fora nestes 150 anos. Ponto de encontro de uma
sociedade, que, em ?pocas passadas, se reunia nos caf?s. Durante a Segunda
Guerra, por exemplo, o Caf? Salvaterra, de propriedade do portugu?s C?sar
Coelho, era ponto certo para se ter contato com as ?ltimas novidades. O que
mais chamava a aten??o era um r?dio. Em torno dele, as pessoas se reuniam
para ouvir as not?cias e assistir aos cap?tulos da famosa novela o Direito
de Nascer, da R?dio Nacional, beliscando os mais variados tipos de queijo
finos e saboreando o mais tradicional vinho do Porto. Ainda na
Halfeld, funcionava a Confeitaria Fluminense, conhecida como a Colombo
Mineira, que tamb?m deixou saudades. Na d?cada de 40, damas, intelectuais e
pol?ticos se encontravam para tomar o ch? da tarde ou fazer banquetes regados a muito
vinho e ao som das orquestras. O traje social era imprescind?vel. Para
entrar na Confeitaria Fluminense, s? de terno e gravata e vestidos
impec?veis. O senhor Joaquim Almeida, propriet?rio do estabelecimento, fazia
quest?o que a casa fosse a mais elegante de Juiz de Fora. Hoje restam apenas
as lembran?as de uma ?poca em que as pessoas ainda encontravam tempo para
conversar.
Cr?ditos:
Texto e ?udio - Equipe de Jornalismo R?dio FM Itatiaia JF
Edi??o Internet e recursos digitais - Equipe JFService / ArtNet