Juiz de Fora 150 anos em um minuto:
Os fatos e personalidades que constru?ram a hist?ria da cidade.
Novas cr?nicas todos os dias, de segunda a sexta.
Uma iniciativa da R?dio FM Itatiaia e do JFService
09/06/2000
Sobreviver, nos tempos de hoje, sem ilumina??o el?trica, pode parecer
imposs?vel. Mas, ? claro, que nem sempre foi assim. A ilumina??o el?trica
chegou a Juiz de Fora em 1889, trazida por Bernardo Mascarenhas, respons?vel
pela constru??o da primeira Usina Hidrel?trica da Am?rica Latina. Na
primeira tentativa, a luz surgiu enfraquecida e alaranjada, sem contar as
supersti?es que foram se ligando a ela. Uma das hist?rias era de que, quem
aproximasse o nariz do bocal do telefone, quando a ilumina??o da rua
estivesse acesa, e rodasse a manivela da campainha, ficaria sem o precioso
olfato ou pior: correria o risco de perder a vida, em fun??o de um forte
choque el?trico. A chegada da luz el?trica contou com banda de m?sica e
muito foguet?rio. Um ano depois, O Farol j? inaugurava a instala??o da luz
el?trica em suas depend?ncias, ganhando o t?tulo de primeiro jornal do
Brasil a contar com ilumina??o el?trica.
Com sua voca??o de cidade de passagem, Juiz de Fora viu nascer, pelos anos
de 1877, os primeiros hot?is. A constru??o destes estabelecimentos era uma
necessidade, porque, por aqui, passavam muitos viajantes comerciais,
compradores de caf? e companhias teatrais. Um dos primeiros foi o hotel
uni?o, criado pela Companhia Uni?o-Ind?stria, de Mariano Proc?pio.
Instalado em um luxuoso sobrado na ent?o Rua da Gratid?o, hoje
Avenida dos Andradas, o estabelecimento contava, inclusive, com ponto de carruagens de
aluguel. Mas hist?rias relacionadas a estes estabelecimentos tamb?m n?o
faltam. O Hotel Gratid?o, por exemplo, fazia publica?es advertindo que n?o
se responsabilizaria por montarias deixadas em seu pasto. J? o hotel
europa, que funcionava na esquina da
Rua Halfeld com
Get?lio
Vargas, oferecia como atra??o uma roleta semi-clandestina. O It?lia contava com
cocheira para receber animais de trato. No entanto, o mais famoso deles
pode ser considerado o hotel Rio de Janeiro, situado na
Rua
Halfeld. Palco de acontecimentos pol?ticos e banquetes, o estabelecimento tinha capacidade
para 50 h?spedes luxuosamente instalados e um restaurante com menu franc?s.
Cantor, compositor, ritmista e regente, o juizforano N?lson Silva respirava
m?sica e dominava n?o s? o samba, mas as can?es rom?nticas, o bolero e o
canto coral. A partir do espet?culo Aquarela Brasileira, o compositor
ecl?tico deu lugar ao homem que usava sua obra para defender a tem?tica
negra na ?nsia de liberdade e igualdade. Aquarela brasileira, espet?culo
produzido pelo jornalista Jos? Carlos de Lery Guimar?es, foi decisivo tamb?m
para a funda??o do Batuque Afro-Brasileiro, que mais tarde passou a se
chamar Batuque Afro-Brasileiro N?lson Silva. Lery Guimar?es lembrou, certa
ocasi?o, que chamou N?lson Silva e disse que queria no espet?culo "um grupo
s? de negros, vestido de branco. O ?nico instrumento seria o atabaque. O
grupo entraria com um lampi?o". Assim surgiu o Batuque Afro-Brasleiro. O
grupo ainda existe e retoma sua trajet?ria com apresenta?es para o p?blico,
sempre vestido com roupas africanas. Hoje, seu trabalho tamb?m ? cultivar e
divulgar as composi?ees de N?lson Silva, sempre ricas em aberturas harm?nicas.
Cr?ditos:
Texto e ?udio - Equipe de Jornalismo R?dio FM Itatiaia JF
Edi??o Internet e recursos digitais - Equipe JFService / ArtNet