Insônia
Ins?nia
Ansiedade, depress?o e dist?rbios org?nicos
podem deixar voc? passando noites e noites em claro
Colabora??o
30/09/1999
Foi no s?culo XIX que Hans Christian Andersen, autor de in?meros contos de fada, escreveu sobre a insatisfa??o de uma princesa ao sofrer de ins?nia por dormir sobre uma semente de ervilha. Para o m?dico Isac Karniol, Andersen descreveu, de forma fantasiosa, a import?ncia do sono, tido, milenarmente, como um ato de ?religiosidade?. Karniol afirma que ?a qualidade do sono, ou sua falta, talvez sejam a melhor maneira de exprimir a sensibilidade humana, os afetos?.
Uma dica para evitar a ins?nia
A dica ? do m?dico Mauro Vin?cius dos Reis, que cursa especializa??o em Neurologia.
Os dist?rbios que causam a doen?a da falta de sono podem ser tanto ps?quicos quanto org?nicos. Para o psicanalista e professor da Faculdade de Comunica??o da UFJF, Potiguara Mendes da Silveira J?nior, muitos casos de ins?nia s?o de origem patol?gica, geralmente mal curadas em consult?rios m?dicos, por profissionais que tendem a empurrar casos cr?nicos da doen?a aos profissionais da psiqu?.
Maus h?bitos alimentares e sedentarismo freq?entemente acarretam noites mal dormidas. O neurologista Marcelo Quesada cita uma paciente insone que consumia diariamente quatro garrafas t?rmicas de caf?, al?m de cochilar v?rias vezes ao dia. O tratamento destes dist?rbios, normalmente, ? realizado com medica??o espec?fica para induzir o paciente ao sono.
Al?m das drogas, entre elas os antidepressivos, que atualmente movimentam mais de 100 milh?es de d?lares s? no mercado nacional, os procedimentos neurol?gicos para a cura da ins?nia baseiam-se no est?mulo de exerc?cios f?sicos di?rios e h?bitos saud?veis, como dietas assistidas e leituras ? noite. Descartada a causa org?nica da s?ndrome da noite em claro, atrav?s do hist?rico completo do paciente, apura??o de exames de sangue e taxas hormonais, o pr?ximo passo ? a procura de um psiquiatra, analista ou psic?logo.
Psicoterapia
Um bom exemplo desta linha m?dica ? F.B. (o entrevistado preferiu n?o se identificar), 22 anos, estudante de curso preparat?rio para o vestibular, que sofre de ins?nia h? 5 anos e reluta em crer em uma causa ps?quica para o mal. Nascido em Juiz de Fora, o vestibulando de Engenharia Eletr?nica acredita que o seu transtorno psiqui?trico n?o tem nada a ver com sua experi?ncia de vida. F.B.toma antidepressivo h? um ano e freq?enta sess?es de psicoterapia a fim de conter a depend?ncia qu?mica aos rem?dios.
Para o psicanalista Potiguara, a an?lise ? para a vida toda e n?o para curar doen?as espec?ficas em curto ou m?dio prazo. ?O analisando pode at? n?o se ver curado mas, em contrapartida, aprende a conviver com suas neuroses?, explica. J? a psic?loga e coordenadora do Centro de Psicologia Aplicada de Juiz de Fora, Maria Stella Rodrigues da Cunha , especialista em psicossom?tica, o tratamento da ins?nia deve ser feito atrav?s da psicoterapia anal?tica e a medica??o deve ser utilizada apenas como procedimento complementar no processo de cura.
O sono, na opini?o de Maria Stella, ? mais que uma forma de equil?brio do organismo. ?? o meio que temos de elaborar, inconscientemente, atrav?s dos sonhos, nossa predisposi??o diante das situa?es que nos ocorrem diariamente?, explica. Para o sucesso das tarefas a serem cumpridas pela mente humana, o sono deve ser encarado como fator primordial ao metabolismo, pois funciona como uma ?v?lvula de escape? das tens?es acumuladas dia ap?s dia.
Bibliografia para consulta
- KARNIOL, Isac. C.. Como enfrentar a ins?nia. S?o Paulo: Unicamp, 1986.
- REIM?O, Rubens. Durma bem - dicas para uma noite de sono feliz. S?o Paulo: Ed.Atheneu, 1997.
- CHOPRA, Deepak. Sono tranq?ilo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.