Carnaval de rua
A tradi??o do carnaval de rua Nascida na d?cada de 50 essa ? uma tradi??o que vem perdendo espa?o na cidade, mas ? uma boa op??o para aproveitar os dias de momo
*Colabora??o
23/01/2008
Em arquivo
Imagine a Rua Halfeld em v?spera de Natal. Aquele tumulto, pessoas andando de um lado para o outro. Acrescente a isso o som das tradicionais marchinhas de carnaval, fantasias, gente sorridente, confete, serpentina e lan?a-perfume. Por mais surreal que pare?a o cen?rio, assim era o carnaval em Juiz de Fora.
Ao contr?rio do que acontece hoje, Juiz de Fora ficava apinhada de gente durante
os quatro dias de folia. Muitos eram os blocos, os clubes e as escolas que garantiam a festa dos juizforanos. Segundo o sambista Mam?o (foto abaixo), "a culpa da decad?ncia
do carnaval da cidade est? nos tempos modernos"
.
"O carnaval de rua era mantido pela classe m?dia. Eram essas pessoas quem tinham
condi?es de freq?entar os clubes, comprar lan?a-perfume, essas coisas. Com o empobrecimento
dessa classe m?dia e o aumento da competitividade no mercado de trabalho, o feriado
do carnaval passa a ser visto como uma oportunidade de descanso. As pessoas ralam
o ano inteiro, chega nessa ?poca, querem mais ? viajar"
, lamenta.
"O camarada formava um bloco na rua onde morava,
o outro formava com o pessoal do trabalho, o outro na escola e assim por diante.
Os clubes tamb?m colocavam sua orquestra na rua"
.
Outra coisa que Mam?o acredita que contribuiu para que as pessoas deixassem de
pular o carnaval na rua foi o advento da televis?o. "J? na d?cada de 60 o p?blico
diminuiu um pouco porque a TV mudou o comportamento dos brasileiros, ela prende
a pessoa em casa e ainda previne contra a viol?ncia"
, lamenta.
Outros carnavais
Conhecido por sua forte liga??o com o carnaval, Z? Kodak (foto abaixo) relembra,
nost?lgico, os tempos em que os blocos de rua se encontravam para se divertirem.
"Nas d?cadas de 60 e 70 havia muitos blocos na cidade e um se encontrava com o outro
em diversos pontos, sempre ao som das marchinhas ou de samba. Era uma grande divers?o"
.
"Com
o ax? e o funk o carnaval de rua foi diminuindo, ficou mais bagun?ado"
, acredita.
Mas Z? Kodak admite que os novos tempos modificaram a estrutura do carnaval de rua e hoje o foli?o procura muito mais do que divers?o quando vai para a rua brincar: ele quer seguran?a tamb?m.
"Antigamente quando voc? ia organizar um bloco, n?o precisava pensar em policiamento,
hoje, isso ? fundamental porque se voc? n?o garante a seguran?a, n?o vai ter foli?o
no seu bloco. Ningu?m quer sair de casa para curtir o carnaval e acabar no meio
de uma briga de gangues"
, justifica.
O carnaval de rua ? uma divers?o espont?nea, ? uma festa tipicamente do povo. Ao
contr?rio de participar das escolas de samba, n?o t?m nenhum tipo de exig?ncia. "Quando uma
pessoa sai de casa para um bloco, a ?nica coisa que ela ? obrigada a levar ? a alegria. Nos blocos ningu?m ? obrigado a se fantasiar, n?o tem hora para chegar
muito menos para sair. O foli?o se diverte da maneira que quer"
, defende Z?
Kodak.
? essa liberdade de se expressar que Mam?o defende. "Nos blocos a pessoa pode
aproveitar para se expressar politicamente, liberar suas fantasias, ou, simplesmente,
se divertir"
. Essa ? a lei: divertir-se!
Apesar de todas as dificuldades que encontram para manter o carnaval de rua, os
organizadores acreditam que, enquanto houver no mundo pessoas apaixonadas pela festa pag?, essa ? uma tradi??o que n?o vai acabar. E Mam?o comemora: "apesar
da viol?ncia, na evas?o em massa dos juizforanos, a popula??o cresce a cada ano
e isso garante a nossa festa"
. *Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF