Fruta Madura: conheça a alimentação crua e viva
Fruta Madura: conheça a alimentação crua e viva
Baseada em grãos, verduras, frutas e legumes, estilo vegano vem ganhando força contra indústria alimentícia
Repórter
09/05/2015
Com uma farta oferta de alimentos industrializados e de produtos agrícolas "recheados" de agrotóxicos, comer de uma forma saudável pode ser um grande desafio. Requer dinheiro e, principalmente, tempo para selecionar e preparar os alimentos.
Mas na correria diária, a educadora ambiental Rachel Zacarias, 54, encontrou tempo e vontade para mudar radicalmente a forma como se alimentava. Há 25 anos adepta da alimentação macrobiótica, recentemente a professora idealizou o projeto Fruta Madura, com uma amiga de Londrina, Rita Zamberlan, adotando uma nova forma de se alimentar. "A alimentação sempre foi um valor para mim e, há três anos, conheci a alimentação crua e viva. Ela não cozinha os alimentos, ela amorna à 46ºC. Quando se cozinha, você perde os nutrientes e as enzimas, que são fundamentais para o funcionamento de todo o metabolismo. Além disso, o alimento cru alcaliniza o nosso cérebro, mantendo o pH equilibrado", explica.
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Segundo Rachel, um dos motivos pela mudança foi que os alimentos do dia a dia, baseados em açúcar, farinha e gordura, acidificam o sangue. "As verduras, as frutas, os vegetais e os legumes atuam trazendo fonte para juventude, mantendo o equilíbrio do corpo. Eu tenho um interesse muito pessoal nisso, sei o mal que o açúcar faz ao corpo. Tudo começou quando vi uma chamada no Facebook de doces, cupcakes e bolos sem açúcar. Eu fui fazendo para a minha família e para amigas da minha filha, e todo mundo adorou. Assim surgiu o projeto Fruta Madura", diz.
O objetivo do Fruta Madura é conscientizar mais as pessoas, principalmente as crianças. "Os dados do Ministério da Saúde apontam que uma em cada três crianças já estão obesas ou têm sobrepeso, com doenças consideradas de adultos. Isso é um problema de saúde pública. Comecei, de forma informal, mas hoje dou oficinas e faço palestras em escolas. As pessoas estão procurando uma alimentação que possa dar saúde e bem-estar. A qualidade de vida sempre foi um ponto importante para mim. Os meus cursos são de reflexões, eu comprovei os benefícios na minha vida com vários processos de cura. Houve uma mudança interna e externa", opina.
Estudo
A professora Rachel explica que, como não é especialista na área de alimentação, se aprofundou ao máximo no assunto antes de adotar o estilo. "Para compartilhar isso com as outras pessoas, eu passei a fazer cursos. Quis fazer qual o fundamento disso, estudei mesmo. Li livros, fiz cursos com as principais referências da alimentação crua e viva, que começou no Brasil com a Ana Branco, na PUC, com o projeto Biochip. A base da alimentação viva está nos grãos germinados, como linhaça, girassol, amêndoas, castanha, gergelim... São uma infinidade de sementes e leguminosos que vão dar para a gente as proteínas e minerais que precisamos. É uma alimentação vegana. Não tem nada de origem animal. E é delicioso! Só de olhar as fotos já dá vontade de comer", garante.
Para a educadora, a importância de tudo é poder escolher o que vai comer. "Hoje as pessoas vão ao supermercado e compram tudo pronto. A nossa alimentação é induzida pela indústria alimentícia, que determina os ingredientes que estão lá. Como um leite fica três meses numa caixinha de papel sem estragar? As pessoas estão ficando doentes. Eu percebi que hoje tenho uma clareza mental muito maior. Por ser desintoxicante, a alimentação crua e viva limpa a mente das pessoas. Só quem vive isso entende o que eu falo."
É correto?
A alimentação crua e viva, apesar de ainda não ser considerada popular, tem o apoio de profissionais da área alimentícia. Segundo a nutricionista Tatiane Stroppa, uma dieta saudável é aquela que tem como base alimentos naturais, de origem orgânica. "Quanto menos a pessoa ingerir alimentos industrializados, modificados, alterados, mais saudável é a dieta dela. Um conselho que eu dou é substituir o consumo de açúcar refinado por açúcar mascavo, por se tratar de um açúcar artesanal, além da substituição de cloreto de sódio (sal de cozinha) por sal marinho, do suco de caixinha, à base de néctar, por consumo de fruta frescas. Mas o que torna a dieta equilibrada e saudável é a associação de alimentos de boa qualidade em quantidades apropriadas", relata.
Para a nutricionista, se a dieta vegana suprir as necessidades nutricionais do corpo, ela é válida. "Do contrário há o desequilíbrio e consequentemente um prejuízo orgânico, responsável por desencadear doenças de cunho agudo e/ou crônico. A ingestão equilibrada de nutrientes (macro e micro nutrientes), assim como a de vitaminas e minerais é fundamental", conclui.
Receitas
Confira, na galeria abaixo, algumas receitas feitas por Rachel para o Fruta Madura.