Um panorama sobre o Salão Internacional do Móvel de Milão

Olá leitores da Acessa.com, espero contribuir para levar mais conteúdo a vocês de forma tão assertiva quanto o portal vem fazendo ao longo de tantos anos através de seus colunistas e redatores. Sinto-me honrada pela oportunidade de me comunicar por aqui. Desejo que os meus textos estejam em consonância com aquilo que lhes é útil e que faz sentido em suas vidas, amigos leitores. Para mim faz todo sentido estar aqui.

Neste canal irei falar sobre design de interiores, decoração e um pouco desse mercado.

Um panorama sobre o Salão Internacional do Móvel de Milão

Irei iniciar minha coluna com a energia fértil de Milão, cidade próspera e lugar recomendado, sempre, para os pensamentos revisitar. Escrevo, particularmente, sobre a época em que acontece o Salão Internacional do Móvel (Salone Internazionale del Mobile), feira de referência global do setor mobiliário. Escrevo como tema da minha primeira publicação motivada não só pela proximidade da abertura da edição de número 58• que ocorre entre os dias 9 a 14 de abril como também com o intuito de compartilhar minha experiência.

Milão é, notoriamente, referência em eventos de grande porte em vários nichos de mercado, fazendo com que pessoas de diferentes áreas de atuação e pesquisa constantemente se desloquem para lá. E, dessa forma, a cidade está sempre em movimento, no ritmo daqueles que anseiam descobrir hoje o que será senso comum amanhã. Como o mercado, seja em qualquer área, apoia-se nas tendências de consumo e pelo fato de os produtos estarem em constante renovação, é fundamental estar em contato com o que há de novo e que pode impactar no resultado do trabalho.

Então, visitar o Salão do Móvel é estar na fonte respirando ar fresco, sentir a presença imponente de marcas que cativaram seu lugar na história do mobiliário, ver de perto uma coleção inteira de peças que pesquisamos em livros (isso aconteceu comigo, particularmente, com a Kartell) e ser testemunha da historia viva acontecendo diante dos olhos. E, mais ainda, é ter a percepção de valor das empresas em relação ao evento através do investimento de alto porte que aplicam para se fazerem presentes na feira. E pelo quanto se dedicam aos projetos dos stands, cenografia dos mesmos, convidados consagrados no mundo do design, quantidade de lançamentos de produtos, catálogos, pelo atendimento, material de divulgação, entre outros.

Ao se planejar para visitar esse extraordinário evento, portanto, é mister que se tenha em mente o quão extenso é o movimento que acontece por toda a cidade para não perder de vista o foco ou ser vencido pelo estresse e cansaço. E sugiro não subestimar a quantidade de energia que será despendida, pois os números de 2018 são impressionantes: 1.841 expositores de 33 países para (não) dar conta de visitar e 434.509 visitantes de 188 países que estiveram juntos na mesma empreitada. Estes são os dados do Salão do Móvel que acontece na Fiera Milano Rho, centro de exposições que fica localizado nos arredores de Milão com uma linha de metrô que chega dentro do parque.

O que se percebe é um movimento em torno do design originado a partir da consagrada e consolidada mostra. No centro de exposições, por exemplo, estão presentes os salões anexos e espalhados por Milão, acontecem simultaneamente vários eventos, conhecido como o Fueri Saloni. Para criar uma melhor visualização, digo-lhes que o Salão do Móvel localizado no parque de exposição de Rho é a maior mostra, porém apenas uma das partes de tudo o que acontece na cidade.

Vamos por partes então. Neste parque é exibido o consagrado Salão do Móvel, lançado em 1961. De acordo com a imprensa oficial da feira, existem três categorias de estilo para a apreciação, pesquisa e inspiração dos visitantes: Clássico, Design, e xLux. A partir desta grande mostra se ramificam e se misturam, num complexo único de mesma sinergia, os salões anexos com menos tempo de vida. São eles: Exposição Internacional de Acessórios de Mobiliário (desde 1989), SaloneSatellite (desde 1998), para projetistas com menos de 35 anos de idade; Exposição Internacional da Cozinha - EuroCucina (desde 1974) e Exposição Internacional de Banheiros - Eurobagno (desde 2003), que acontecem em anos pares e a Exposição Internacional de Iluminação - Euroluce (desde 1976) e Workplace3.0 (desde 2015), exibidos nos anos ímpares.

Se o centro de exposição Rho é o destino eficaz para se fazer uma “leitura” de tendências, o que acontece fora dele, espalhado pelos bairros da cidade de Milão, também faz brilhar os olhos e cativa quem busca inspiração e criatividade. Mesmo planejando essa viagem, ainda assim, eu não poderia imaginar, a não ser estando lá, o quanto é impactante e esfuziante a movimentação fora da mostra principal, o chamado Fueri Salone. Os ambientes que acolhem as feiras costumam ser mais flexíveis e livres, por acontecerem em espaços públicos ou comerciais, criando uma atmosfera mais autêntica, mais informal, mas não menos grandioso. Considero, portanto, imprescindível reservar tempo na agenda, para conhecer essa vibrante movimentação.

Na próxima matéria falarei um pouco mais sobre a o planejamento dessa viagem e a visitação das feiras.