Servidores do Hospital Universitário (HU) entram em greve a partir desta quarta-feira (21)
Entre as reivindicações os trabalhadores pedem valorização da classe e ajuste salarial
Servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), entre eles, do Hospital Universitário (HU) de Juiz de Fora, entraram em greve na manhã desta quarta-feira (21). Trabalhadores pedem valorização da classe e ajuste salarial. Eles fizeram uma caminhada saindo do HU no bairro Santa Catarina até a Av. dos Andradas. O intuito dos trabalhadores é fazer com que a população saiba o que está acontecendo e comunicar o início da greve, abrindo o diálogo entre servidores e público.
De acordo com Valdinei Ferreira de Jesus, diretor do Sindisep-MG (Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais) a categoria não tem ajuste salarial há quatro anos. "Estamos há quatro anos sem um acordo coletivo de trabalho. Estamos regidos por uma sentença normativa que foi o juiz do TST que liberou essa sentença normativa. Não temos hoje um salário corrigido, estamos há quatro anos sem um aumento salarial. Tínhamos dois dias de abonos, acompanhamento familiar, onde poderíamos acompanhar familiares no caso de uma urgência ou emergência e isso foi retirado da gente. Fora a perda inflacionária que vem ao longo desses anos".
Segundo Valdinei os serviços essenciais à população serão mantidos. "Deixamos um quantitativo cuidando dos pacientes e os ambulatórios estão funcionando, mas se o governo não chamar a gente pra conversar a partir de amanhã (22) vamos fechar o ambulatório, consultas e exames. Vamos manter o atendimento só aos pacientes internados. Em momento algum vamos deixar de atender a população no essencial, para além do essencial já começamos a nossa paralização".
Em nota a Ebserh explicou.
"A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) esclarece que o processo de negociação com as entidades sindicais teve mais de 20 rodadas, porém sem solução. Com o propósito único de viabilizar a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a empresa solicitou às entidades que apresentassem uma última contraproposta. Ao contrário do que sugere a boa prática em negociações coletivas de trabalho, as entidades sindicais apresentaram 3 propostas distintas e maiores do que as apresentadas anteriormente, ou seja, deixando claro que não estavam dispostas a nenhum tipo de negociação.
Sobre a dúvida conceitual criada em torno do dissídio coletivo de greve, a empresa reitera que as questões econômicas e sociais foram amplamente discutidas no âmbito do dissídio coletivo de greve, inclusive por meio de diversas audiências bilaterais mediadas pela relatora do processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ministra Delaíde Miranda Arantes, o que, de acordo com a jurisprudência do próprio TST, transformou aquele processo em dissídio coletivo de natureza mista. E é isto que tornou possível que os ACTs ainda em negociação possam ser julgados imediatamente, no âmbito do dissídio coletivo de natureza mista que já está em vias de ser julgado.
Pelos motivos expostos, e ciente de que seus empregados, assim como a própria Ebserh, anseiam por um rápido desfecho para esse longo período de negociação, a Empresa peticionou solicitando a apreciação de mérito e o julgamento do processo com a maior brevidade possível.
Por outro lado, as entidades sindicais, surpreendentemente, solicitaram a extinção do dissídio sem julgamento do mérito, com o objetivo de que fosse iniciado um novo período de negociação, o que poderia empurrar o desfecho desses ACTs para meses à frente.
O TST abriu prazo, em 15/09, para manifestação das entidades em relação ao pedido supramencionado e notificou o Ministério Público do Trabalho para emissão de parecer. Como a greve anunciada pelas entidades sindicais está agendada para iniciar em 21/09, espera-se que a Relatora se pronuncie sobre os limites a serem observados no movimento grevista até o final desta terça-feira (20).
Fato é que se as entidades sindicais se manifestarem favoráveis, ou se houver decisão por parte da ministra, como solicitado pela empresa, o desfecho será célere.
Diante do cenário exposto, a Empresa considera como inoportuna qualquer medida tomada à revelia do TST, tendo em vista que o processo de dissídio ainda aguarda julgamento."