Juiz de Fora teve o dobro de chuva esperada de outubro a março; veja balanço
Balanço foi divulgado pela Defesa Civil nesta sexta
Nesta terça-feira (11) a Defesa Civil de Juiz de Fora apresentou o balanço do último período chuvoso. Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora, os dados e a avaliação do trabalho desenvolvido entre os meses de outubro e março foram discutidos em reunião com integrantes do Plano de Contingência, ação que envolve diversos órgãos no intuito de planejar e orientar as ações necessárias para retomar a normalidade após eventos adversos.
Conforme divulgado pela Defesa Civil, nos seis meses de período chuvoso, Juiz de Fora teve quase o dobro de chuva esperado, um total de 1.600 mm de chuva, 93% acima do volume apontado pela média histórica. Foi o janeiro mais chuvoso dos últimos 16 anos, mês no qual choveu durante seis dias consecutivos, o que ocasionou inundações nos bairros Santa Luzia, Industrial e Mariano Procópio. Para os bairros afetados por inundações, a PJF concedeu isenção de 100% do IPTU, além de desconto na conta de água e esgoto para moradores de ruas atingidas pelas chuvas de janeiro.
Entre os meses de outubro de 2022 e março de 2023, foram registradas situações de ventos acima de 80km/h, inundações, alagamentos, enxurradas, chuvas de granizo, deslizamentos de terra, além de chuvas intensas em um curto período de tempo. O volume mais significativo foi registrado no distrito de Valadares no começo de fevereiro, quando em apenas uma hora choveu 110mm.
Diante das chuvas intensas, o trabalho preventivo e integrado realizado pela PJF na atual gestão foi fundamental para evitar desastres. No município, não houve nenhuma vítima fatal, nenhuma pessoa está desabrigada em função das chuvas e não foi necessário decretar estado de emergência.
Ao longo do ano, a limpeza dos córregos e das bocas de lobo do município foram definidas com base em análise técnica da Defesa Civil, o que auxilia na redução dos riscos de inundações e alagamentos. Além disso, árvores apontadas como de risco foram podadas de forma preventiva, o que reduz os riscos de queda. Durante todo o período chuvoso, foram 927 vistorias realizadas pela Defesa Civil, sendo que 35% foram preventivas. As vistorias de prevenção conseguem identificar cenários de risco e encaminhar para que sejam tomadas as medidas necessárias, evitando desastres.
O subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Luís Fernando Martins, destaca que o trabalho conjunto coordenado pela Secretaria de Governo (SG) é essencial para a redução do risco de desastres. “Estamos em um cenário de mudanças climáticas, que nos apresenta grandes desafios e situações cada vez mais complexas durante o período chuvoso. Reflexo disso é que Juiz de Fora foi uma das poucas cidades da Zona da Mata de Minas Gerais que não precisou decretar estado de emergência. Isso reforça a importância do trabalho de prevenção realizado em todo o ano e das ações integradas, que permitem que o município responda com muito mais rapidez após uma situação de emergência”, destaca.
Equipes da Prefeitura que integram Defesa Civil, Demlurb, Empav, Secretaria de Obras, Guarda Municipal e SMU agiram prontamente após situações de desastre para orientar a população; realizar limpeza, lavação e raspagem de vias atingidas; recolhimento e poda de árvores; limpeza e desobstrução de bocas de lobo; atendimento social; entre outras ações emergenciais. “Conseguimos dar uma resposta imediata e de forma muito rápida à população, voltando à normalidade o mais breve possível”, ressalta o subsecretário Luís Fernando Martins.
Para buscar soluções estruturais de problemas históricos de inundações e alagamentos, a PJF anunciou investimento de R$ 420 milhões que serão destinados para obras nos bairros Industrial, Santa Luzia, Mariano Procópio, Democrata, Linhares e na Rua Cesário Alvim. Do montante do valor aprovado pelos vereadores, foram R$ 336 milhões de empréstimo e o restante, R$ 84 milhões, como contrapartida do município.
Plano de Contingência
O Plano de Contingência é o conjunto de estratégias de preparação e resposta que orientam as ações do município em situações de risco relacionadas à chuva. Participam do Plano de Contingência representantes das seguintes pastas da PJF: Secretaria de Governo (SG), com membros da Defesa Civil e do Gabinete de Ação e Diálogo Comunitário (GADC); Secretaria de Assistência Social (SAS); Companhia Municipal de Habitação e Inclusão Produtiva (Emcasa); Companhia de Saneamento Municipal (Cesama); Secretaria de Comunicação Social (Secom); da Procuradoria Geral do Município (PGM); do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb); Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanidades (Empav); Secretaria de Educação (SE); Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH); da Secretaria de Recursos Humanos (SRH); da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU); Secretaria de Obras (SO); da Secretaria de Sustentabilidade em Meio Ambiente e Atividades Urbanas (Sesmaur); da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc); Secretaria de Saúde (SS); e Secretaria de Transformação Digital e Administrativa (STDA). Além disso, há representantes da Defesa Civil Estadual; do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG); da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig); da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig); da Superintendência Regional de Ensino (SRE); da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG); da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG); e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).