Julgamento de influencer preso em Juiz de Fora é marcado para janeiro de 2024

Na mesma data, será discutido o pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Wesley da Silva Alves. Ele e outras seis pessoas respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens direitos ou valores, além de outros crimes.

Por Redação

Wesley da Silva Alves Juiz de Fora

O julgamento do influenciador Wesley da Silva Alves, preso no Bairro Linhares em Juiz de Fora no dia 28 de novembro, foi marcado para o dia 24 de janeiro de 2024 em uma sessão on-line da turma julgadora, em colegiado. Na mesma data, será discutido o pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Wesley.

Wesley e outras seis pessoas, com idades entre 20 e 30 anos, foram presas durante a Operação "Provérbios 16:18". Cinco deles estavam em um veículo interceptado no caminho para Além Paraíba. Outros dois foram detidos durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Os envolvidos respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens direitos ou valores; crimes contra a Administração, lavagem e ocultação de bens, Direitos ou valores oriundos de corrupção, crime de promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa e, ainda, pelas contravenções de loteria não autorizada e jogos de azar.

Além do influencer Wesley da Silva Alves, estão entre os presos: Edmar Reifer Caetano, Eduardo Campos Rodrigues, Rafael da Silva Alves Pereira, João Victor Andrade Silva, Pablo Juan de Oliveira André e Ayrton Franklin Silva Rosa.

Todos os envolvidos tiveram a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva após decisão do juiz Orfeu Sérgio Ferreira Filho durante audiência de custódia.

Operação

A ação das polícias Militar e Rodoviária Federal em novembro também contou com a interdição de três estabelecimentos comerciais: duas distribuidoras de bebidas os bairros Teixeiras e Fábrica, além de uma loja de roupas no Bairro Linhares.

Nos três endereços foram apreendidos 200 pacotes de cigarro, documentos, aparelhos celulares. Além desses materiais, foram recolhidos 22 veículos, entre motos, carros, motos aquáticas.
Todo o valor do material arrecadado é estimado em R$ 3,5 milhões.

Na época, o delegado Marcos Vignolo, integrante da Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado em Juiz de Fora, afirmou que bens como imóveis, veículos e até dinheiro em espécie eram rifados por meio de perfis em redes sociais.

"Eles usavam as plataformas digitais para divulgar as rifas, identificamos vários indivíduos envolvidos. A organização fazia várias rifas em um curto período de tempo", explicou.

O delegado ressaltou ainda que os premiados, muitas vezes, trocavam os bens por valores em dinheiro, quantias bem menores do que valor total dos bens sorteados. Situações que chamaram a atenção da Polícia.

"Uma movimentação financeira atípica e incompatível com o padrão de vida dos envolvidos. O que indicou a realização de lavagem de dinheiro e não a ação filantrópica que eles anunciavam", finalizou Vignolo.

Segundo o delegado Márcio Rocha, que também integrante da Força Tarefa, os materiais e os estabelecimentos comerciais eram utilizados para dar um ar de licitude à ação do grupo criminoso. Ele destacou que os sete envolvidos têm vínculos entre eles e que o inquérito policial documenta e prova essas relações.

A equipe adiantou que haverá uma segunda etapa dos trabalhos relacionados a essa investigação, que se dedicará a identificar a origem do dinheiro que movimentava as ações da organização.

Há a hipótese que o dinheiro pode ser proveniente do contrabando de cigarros do Paraguai, de apostas não regulamentadas e outras atividades criminosas.

Influenciador

Wesley é conhecido nas redes sociais por vender rifas em que sorteia carros, motos, entre outros. Ele tem mais de 276 mil seguidores em uma rede social e ostenta viagens em navios, fotos em carros de luxo, moto aquática, entre outros luxos.