Operação 'Tribunal do Crime' é realizada em Juiz de Fora

A ação da Polícia Civil é de combate ao crime organizado na região. Nove pessoas foram presas no total.

Por Redação

Operação "Tribunal do Crime" Juiz de Fora

A Polícia Civil realizou, na manhã desta terça-feira (23), a Operação “Tribunal do Crime” de combate ao crime organizado no Bairro Borboleta, em Juiz de Fora. Os comandos das organizações partiam do sistema prisional.

Segundo a Civil, cinco pessoas de uma célula da organização criminosa, o Comando Vermelho (CV), foram presas e outros 15 mandados de busca e prisão foram cumpridos.

Além disso, drogas como cocaina, crack, maconha, material para dolagem, aproximadamente R$3.500 e cerca de 100 chips de celulares, que seriam possivelmente levados ao presídio, foram apreendidos.


Entenda o caso

De acordo com o delegado Márcio Rocha, as investigações começaram em fevereiro deste ano, com a prisão de dois homens suspeitos de sequestrar uma mulher como parte de uma tentativa de cobrança de dívida relacionada ao tráfico de drogas. "Mas, três semanas depois, fomos surpreendidos com um vídeo em que esses mesmos traficantes, do mesmo bairro, espancavam três jovens, pois eles teriam brigado em um bairro, algo que ia contra a cartilha da facção criminosa que está tentando se estabelecer no Borboleta", explica. Através das imagens e da identificação dos suspeitos, a corporação solicitou a prisão e a busca de todos os envolvidos.

As prisões iniciais, conforme a Polícia Civil, abriram caminho para uma série de investigações que revelaram a existência de uma estrutura organizada de comando e controle, com ligações diretas com lideranças do crime organizado no Rio de Janeiro. Com a operação desta terça-feira, nove pessoas foram presas.


Sobre o Tribunal do Crime

Ao longo das investigações, a PCMG descobriu que o grupo usava métodos cruéis de punição através do chamado 'Tribunal do Crime', onde as sentenças eram determinadas por criminosos de dentro do sistema prisional e executadas fora dele. As vítimas, torturadas e espancadas, eram coagidas a não procurar a polícia, sob ameaças constantes.

A ação foi coordenada pela Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado com apoio do Departamento Estadual de Operações Especiais (DEOESP). Foram empenhados cerca de 50 policiais civis, e 20 viaturas, drones e apoio da Coordenação Aerotática (CAT).