Ex-presidente da Santa Casa é acusado por pagar multas e viagens com dinheiro do hospital, em Juiz de Fora

Em 2023, ele havia sido afastado após a suspeita dos desvios.

Por Redação

Renato Loures, ex-presidente da Santa Casa de Misericórdia

Nesta quinta-feira (11), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acusou o ex-presidente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Renato Loures, e sua esposa, Flávia Loures, de utilizar o dinheiro da instituição para pagar multas de trânsito e despesas de viagens - ambos gastos pessoais. O órgão requer que a Justiça determine o ressarcimento de cerca de R$ 63 mil, com correção monetária e acréscimo de juros de mora, além de outras penalidades.

Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Juiz de Fora, foi proposta uma Ação de Improbidade Administrativa pelas infrações. As despesas de viagem (passagens, hospedagens e restaurantes), apenas da esposa, somaram R$ 63.278,57, de 2014 até 2023. As multas, pagas de 2013 a 2023, somaram mais de R$ 800,00.

Em junho de 2023, Loures foi afastado da presidência da instituição após o início da operação No Mercy, do MPMG, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). À época, o órgão havia recebido denúncias que indicavam favorecimentos pessoais e desvio de cifras milionárias. Ele já responde por três ações criminais e quatro de improbidade administrativa.

Em duas dessas ações, a filha de Loures, Moema Loures, e o genro, Fábio Gonçalves, são acusados de contratar, com verba do hospital, duas empresas do ramo de arquitetura. Segundo apurado pelo MP, houve contratação em duplicidade para serviços que deveriam ser executados por uma única empresa.

A defesa dos acusados informou, em nota, que "as imputações lançadas pelo Ministério Público, assim como os pedidos condenatórios consignados na ação não procedem, conforme ficará demonstrado na forma e momento processualmente adequados."

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa de Misericórdia e aguarda retorno.