O ?Velho e o ?Novo?
O "Velho e o "Novo"
Inserir comunicação nos locais onde os homens estão trabalhando é prática comum, "Antiga" e desnecessária, a meu ver. Mas por onde quer que eu olhe, vejo placas, outdoors, faixas e cavaletes, prestando informações sobre o "Novo". Já vi equipes, inclusive, gastando um tempo de trabalho precioso pela manhã, colocando publicidade em local visível para os transeuntes, antes de começar no batente. Sinceramente, acredito que todo juiz-forano já saiba das obras. É só observar os engarrafamentos, os fechamentos de via. E os resultados que as referidas obras vão gerar, já são suficientes para cobrir os responsáveis pelos louros. No entanto, neste caso, todo mundo quer noticiar a paternidade da escavadeira, a responsabilidade pelo rolo compressor e quem obteve a massa asfáltica. Mais parece um trabalho missionário em anunciar a Boa Nova...
Por falar em asfalto, gostei da nova cobertura da avenida Independência, toda recapeada. Só não entendi porque a obra não pode ser feita em horários alternativos, com menos fluxo de carros. Será que não era possível trabalhar à noite, em fins de semana, nos feriados? Pagando as horas extras, o adicional noturno e fornecendo o devido respeito ao descanso diário de cada trabalhador, como manda a CLT, não acho que seria má ideia. Mas tem a "Antiga" questão da visibilidade, aquela do "Gênesis" político municipal. Se o povo não enxergar quem fez, não vai dar o devido crédito... Nada de "Novo", até aqui.
E as obras, chegarão a quem mais precisa? De acordo com informações da Defesa Civil, quanto às primeiras chuvas, já existem áreas de risco em pontos catalogados desde outrora, locais que sempre possuem problemas por esta época. São deslizamentos, pontos que necessitam de tratamento de águas pluviais e ausência de boas condições de moradia. "Velhos" problemas que a cidade precisa ver resolvida o quanto antes. Quem sabe até antes do "Novo" ano, com o perdão do trocadilho. Senão, veremos inaugurada, mais uma página da "Diáspora" juiz-forana, com a peregrinação, não no deserto, como João, mas para as brigadas improvisadas para famílias afetadas com a chuva.
Questões envolvendo o trânsito de Juiz de Fora correspondem a outro anseio da população e que precisa ser resolvida antes do Apocalipse, já que andar no Centro da cidade de carro, tornou-se a visão do fim dos tempos. Serão necessárias alternativas que melhore o fluxo dos veículos e reduza os transtornos. Itens que, faça-se justiça, não são da Nova Juiz de Fora. Mas que promete, tal qual os profetas do primeiro parágrafo, dar cabo de todo o sofrimento de quem está com a buzina na mão no Centro da cidade.
Por meu turno, farei aqui todas as orações e preces possíveis para que a promessa do Advento, que corresponde ao "Novo", possa ser realizada por aqui. Não com velhas soluções e práticas já ultrapassadas. É bom ver o trabalho acontecendo e a cidade espera a chegada do Novo, tanto quanto as crianças esperam receber os presentes pedidos nas cartinhas do Papai Noel. Vale acreditar e é preciso muita fé para que as mudanças aconteçam no que tange também aos paradigmas.
Juliano Nery é afeito a novidades. Mas com moderação.
Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e Mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.