Poder público deixa de tomar medidas preventivas contra ação da chuva
Tempo para tudo
Agora, no primeiro mês do ano, não é a melhor época para se fazer reconformação de talude em beira de pista de rodovia, nem de se resolver problemas de material carreado, invadindo estradas. Isso poderia ser avaliado anteriormente e resolvido nos períodos mais secos do ano. O mesmo vale para a identificação de pontos de risco de alagamento e de desmoronamento. A chuva no ano passado, que deveria já ter chegado em setembro, teimou em não vir, aparecendo somente com mais intensidade em novembro, dando até uma colher de chá para a prevenção. E o que de real foi feito? — Eis a pergunta que não quer calar...
E, nesta semana, em matéria do companheiro Victor Machado, tem-se a informação de que 14% da área urbana de Juiz de Fora apresenta alto ou altíssimo risco de desastres. Chance importante para que o poder público tome iniciativa, o quanto antes, para que não tenhamos catástrofes do porte que vem se configurando em cidades da região, com centenas de famílias desabrigadas e até com perda de algumas vidas.
Neste momento, em que a Prefeitura tem investido maciço aporte de recursos em publicidade e afirma estar trabalhando em silêncio em prol da cidade, escolho a segunda parte da frase e espero que medidas sejam tomadas no tempo certo, ao longo deste ano. Mais do que obras de embelezamento do município que, vale ressaltar, também são bem-vindas, a população necessita de segurança para poder viver em Juiz de Fora.
Não é de hoje que as chuvas são um tormento. E não precisamos nem remontar ao dilúvio universal do Noé para comprovar. Basta olhar para o nosso passado recente, este que as retrospectivas de fim de ano mostram na televisão. Quanta enchente, quanta leptospirose. E os deslizamentos de terra? — De quantos deslizamentos de terra temos notícia a cada verão? A temporada de chuvas faz estragos anuais e não podemos nos acostumar a isso. O ideal é cobrar de quem tem condições e responsabilidade sobre a coisa pública...
Infelizmente, para o início de 2012, o caminho é o dos paliativos. Colaborar com os atingidos pelas enchentes é uma importante missão. Neste sentido, procure um local de coleta e realize sua doação de roupas e alimentos a quem foi atingido pelas enchentes. De resto é torcer para que no planejamento deste ano, a municipalidade tenha lembrado de colocar as obras em locais críticos, como item prioritário de governo, ainda que não tenha a mesma visibilidade que melhorias em locais mais centrais da cidade.
Juliano Nery sabe que há um tempo certo para tudo.
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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.