Experiência de morar em república faz parte do amadurecimento pessoal

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Experi?ncia de morar em rep?blica faz parte do amadurecimento pessoal
Juliano Nery 27/2/2012

Lar, doce lar

Em leitura às matérias do Portal ACESSA.com, deparei-me com um assunto que ainda não havia tratado, neste espaço semanal destinado a tratar das coisas da cidade, a coluna Amenidades. Trata-se de uma característica comum ao município, que abriga tanta gente de fora, carregando tal destino até no seu nome de batismo, acrescido do magistrado: as repúblicas! Se a cidade é do juiz de fora, tudo bem. Mas, é, certamente, também do estudante de fora. E após a bateria de provas no final do ano e a divulgação do esperado resultado, mais uma fornada de alunos de outras paragens irão incrementar as salas de aula das faculdades. A partir daí, um novo processo seletivo se abre: o de conseguir um lugar para morar...

Lembro-me que à época que mudei pra cá, na década passada, dei sorte, por poder contar com a colaboração de minha prima, que me forneceu acolhida nos primeiros meses longe de casa. Tive um tempo precioso para encontrar um local dentro da minha curta possibilidade financeira, mas, acabei encontrando um quitinete ali no alto da Rio Branco, onde passei grandes momentos, é verdade. Morando sozinho. No caso da maioria, no entanto, não é assim que acontece. Em realidade, desbravar uma nova cidade não é coisa lá muito simples e nem sempre se tem este tempo para pesquisar um bom local para morar. O calendário de aulas está prestes a começar e as condições exigidas pelas imobiliárias, tanto em preço, quanto em requisitos para a locação, são bastante burocráticas. Então, o jeito é procurar outros estudantes que estão em situação similar. "Vamos montar uma república?"

Daí, vem a lista de perguntas bastante frequentes, para quem passa por esse tipo de experiência. "Será que ele(a) ronca durante a noite?", "Será que ela(e) dorme de luz acesa?", "Será que ele(a) se importa se eu comer esse último iogurte da geladeira?", "Será que ela(e) bebe demais?", "Será que ela(e) não bebe?", "Será que posso trazer o(a) namorado(a) para dormir aqui?", "Será que podemos dar uma festa?", "Por que esta festa tem que ser justamente aqui?"... E por aí, vai... Bom seria se estas perguntas fossem respondidas antes de entrar de mala e cuia no novo lar, doce lar. Mas, até a descoberta de pessoas do próprio perfil faz parte do amadurecimento e do rito de passagem para a vida adulta. E a vida, muitas das vezes, não oferece atalhos.

O caminho para encontrar uma boa república pode levar mais ou menos tempo. No entanto, em algum momento, o estudante acaba encontrando, acaba se encontrando. Vale aquele ditado, "tatu cheira tatu". É certo que grandes lembranças ficarão desta época. Ainda mais, em Juiz de Fora, um lugar excelente para se estudar e morar. Tanto que muita gente "de fora", fica por aqui.

Em tempo: O leitor mais atento deve estar se perguntando: o que o Juliano Nery entende de república, já que, como estudante, confirmou ter morado sozinho. Respondo: trabalhando "fora" há alguns anos, moro, durante a semana, sempre em alojamentos e repúblicas mantidos pelas empresas nas quais realizo trabalho e trabalhei.  Embora um pouco mais velho do que um estudante, a experiência é basicamente a mesma, inclusive com as perguntas frequentes do terceiro parágrafo.

Juliano Nery deseja aos novos moradores de Juiz de Fora, um bom início de vida universitária.

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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.

Em leitura às matérias do portal Acessapontocom, deparei-me com um assunto que ainda não havia tratado, neste espaço semanal destinado a tratar das coisas da cidade, a coluna “Amenidades”. Trata-se de uma característica comum ao município, que abriga tanta gente de fora, carregando tal destino até no seu nome de batismo, acrescido do magistrado: as repúblicas! Se a cidade é do Juiz de Fora, tudo bem. Mas, é, certamente, também do estudante de fora. E após a bateria de provas no final do ano e a divulgação do esperado resultado, mais uma fornada de alunos de outras paragens irão incrementar as salas de aula das faculdades. A partir daí, um novo processo seletivo se abre: o de conseguir um lugar para morar...

 

Lembro-me que à época que mudei pra cá, na década passada, dei sorte, por poder contar com a colaboração de minha prima, que me forneceu acolhida nos primeiros meses longe de casa. Tive um tempo precioso para encontrar um local dentro da minha curta possibilidade financeira, mas, acabei encontrando um quitinete ali no alto da Rio Branco, onde passei grandes momentos, é verdade. Morando sozinho. No caso da maioria, no entanto, não é assim que acontece. Em realidade, desbravar uma nova cidade não é coisa lá muito simples e nem sempre se tem este tempo para pesquisar um bom local para morar. O calendário de aulas está prestes a começar e as condições exigidas pelas imobiliárias, tanto em preço, quanto em requisitos para a locação, são bastante burocráticas. Então, o jeito é procurar outros estudantes que estão em situação similar. “Vamos montar uma república?”

 

Daí, vem a lista de perguntas bastante freqüentes, para quem passa por esse tipo de experiência. “Será que ele(a) ronca durante a noite?”, “Será que ela(e) dorme de luz acesa?”, “Será que ele(a) se importa se eu comer esse último iogurte da geladeira?”, “Será que ela(e) bebe demais?”, “Será que ela(e) não bebe?”, “Será que posso levar o(a) namorado(a) pra dormir aqui? “Será que podemos dar uma festa?”, “Por que esta festa tem que ser justamente aqui?”... E por aí, vai... Bom seria se estas perguntas fossem respondidas antes de entrar de mala e cuia no novo lar, doce lar. Mas, até a descoberta de pessoas do próprio perfil faz parte do amadurecimento e do rito de passagem para a vida adulta. E a vida, muitas das vezes, não oferece atalhos.

 

O caminho para encontrar uma boa república pode levar mais ou menos tempo. No entanto, em algum momento, o estudante acaba encontrando, acaba se encontrando. Vale aquele ditado, “tatu cheira tatu”. É certo que grandes lembranças ficarão desta época. Ainda mais, em Juiz de Fora, um lugar excelente para se estudar e morar. Tanto que muita gente “de fora”, fica por aqui.

 

Em tempo: O leitor mais atento deve estar se perguntando: o que o Juliano Nery entende de república, já que como estudante confirmou ter morado sozinho. Respondo: trabalhando “fora” há alguns anos, moro, durante a semana, sempre em alojamentos e repúblicas mantidos pelas empresas nas quais realizo trabalho e trabalhei. Embora um pouco mais velho do que um estudante, a experiência é basicamente a mesma, inclusive com as perguntas freqüentes do terceiro parágrafo.

 

Juliano Nery deseja aos novos moradores de Juiz de Fora, um bom início de vida universitária.