Festival de Bandas Novas chega é 14? edição em JF
O espírito jovem
Interessante ver que um festival de música independente, voltado maciçamente para um público amante de rock, tenha conseguido tanta longevidade. E é legal verificar que a municipalidade tem contribuído para a permanência desse tipo de evento, tão bem sucedido na participação quanto em termos de público. Público este que deve ter nascido bem próximo de 1999, quando tudo começou com os integrantes lá do Patrulha 66. Legal perceber a formação de uma nova geração em tempos de pouca visibilidade do cenário rock. Talvez seja porque o Neymar não faça lobby desse estilo de música. Também, não tem dancinha coreografada... Vale registrar também a presença de uma velha guarda. Tinha muito tiozão que, como eu, estava ali, parado no canto, ouvindo a nova safra. Alguns mais exaltados ainda apareciam com suas camisas do Megadeth. Ah, o espírito jovem... Em alguns ainda permanece, mesmo com a silhueta arredondada de ficar o dia inteiro sentado no escritório.
Achei muito interessante, a utilização da Praça da Estação como cenário para a iniciativa. Já tem rolado muita coisa boa por lá, de uns tempos pra cá e é bacana ver que o pessoal da Funalfa está tomando conta do espaço com coisas bem interessantes, como o Corredor Cultural e o pré-carnaval, por exemplo. É bom ver a praça cheia de gente. Pipoqueiros misturados às guitarras, cabeludos batendo cabeça próximo a barracas de cachorro-quente. E olha que esta foi apenas a primeira eliminatória e que até chegar à grande final, muita água rolará debaixo desta ponte. Aberta ao público, a praça deve ficar ainda mais repleta de amantes do estilo.
Achei interessante o incremento da programação, que conta também com bandas extra competição. No sábado, por exemplo, o Martiataka e o Patrulha 66 iriam tocar por lá. A nova e a velha guarda do rock juiz-forano em um encontro de gerações. Infelizmente, não pude ficar por lá durante muito tempo. Compromissos pré-assumidos e uma mala para carregar (estava chegando de viagem, lembra?) me fizeram ir embora antes do crepúsculo se fazer noite. Posso apostar que foi divertido. As bandas novas têm muita energia e até compensam alguns deslizes técnicos. O tal do espírito jovem.
E por falar nisso, quando já estava caminhando rumo ao lar, doce lar, a banda que estava no palco tocou os primeiros acordes de Sweet child o'mine dos Guns n' Roses. Resultado: retardei um pouco a minha ida e fiquei lá pra curtir esse som que tanto já me emocionou.
Juliano Nery já não usa cabelo comprido, mas ainda utiliza o rock and roll como trilha sonora.
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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e Mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.