Peças em patchwork decoram desde ambientes rêsticos aos mais sofisticados

Por

Peças em patchwork decoram desde ambientes rústicos aos mais sofisticados O trabalho pode ser empregado na confecção de peças como colchas, almofadas, bandôs de cortinas, jogos americanos, entre outras

Aline Furtado
Repórter
28/10/2011

O patchwork surgiu a partir do costume de costurar retalhos de panos, mas foi ganhando ares mais modernos com o passar dos anos, abrangendo, hoje, várias técnicas. A arte é desenvolvida de forma diferente conforme a região.

"Há vários estilos. O povo árabe trabalha com técnicas diferentes das usadas pelos australianos, por exemplo. Não se sabe ao certo onde surgiu, mas há registros no Egito e na Europa", explica a professora de patchwork, Elisa Maria Tavares.

Atualmente, o patchwork não produz apenas peças "pesadas" visualmente. O ar mais moderno possibilita que seja usado em ambientes distintos. "Embora possa ter muitas cores, há peças bem leves", aponta Elisa, lembrando que a técnica tem forte tendência fashion. "É uma forma de customizar, o que está muito na moda."

Para a artesã Cristina Albuquerque, os trabalhos em patchwork podem ser usados na decoração de qualquer tipo de casa. "Desde as mais simples e rústicas até as mais sofisticadas." Ela afirma, ainda, que a técnica é usada, inclusive, em roupas e em organizadores de bolsa e de banheiro. "É uma forma de unir a estética à funcionalidade."

O trabalho pode ser empregado na confecção de peças como colchas, almofadas, bandôs de cortinas, jogos americanos, entre outras. "A decoração por meio de patchwork pode estar presente em todos os ambientes da casa. "Na cozinha, pode ser usado como capa de galão de água, decoração em panos de prato, jogos americanos, conjuntos para banheiro e aventais. Além disso, há peças como protetores de berço, toalhas, além da aplicação em móveis."

 

Cristina acredita que o patchwork tende a ser ainda mais difundido porque condiz com a política de sustentabilidade que vem sendo defendida por vários segmentos. "É exatamente o agregar valor, podendo trabalhar o reaproveitamento de materiais." A técnica pode utilizar pedaços de pano reaproveitados e também tecidos comprados especificamente para isso. "Primando pela qualidade, usamos apenas tecido 100% algodão, já que esse garante a durabilidade das peças", explica Elisa.
À mão ou à máquina

O patchwork pode ser desenvolvido de forma tradicional, costurado à mão, ou com ajuda de máquinas apropriadas para os trabalhos, que conferem linhas curvas ao trabalho. "Isso determina, inclusive, o tempo de confecção de cada peça, o que pode variar também conforme a técnica utilizada", explica Cristina. Segundo Elisa, uma colcha pode demorar de 15 dias a 3 meses para ser confeccionada.

Cada peça é feita por meio de três camadas. A primeira, que fica na parte interna, é o forro. O meio é o enchimento, que pode ser feito com nuvem ou manta. Por fim, a parte da frente da peça, o patch em si. Nele podem ser usadas duas técnicas, a aplicação, que são desenhos, costurados sobre o tecido; além da montagem por meio de formas geométricas, que formam um desenho.

Pouco valorizado

Assim como ocorre no caso de outros tipos de artesanato, de acordo com as profissionais que trabalham com o patchwork, a técnica não é muito valorizada no momento da venda. "Infelizmente, as pessoas desconhecem o trabalho e julgam que o preço poderia ser sempre menor", aponta Elisa. Segundo Cristina, uma colcha em patchwork confeccionada à mão pode chegar a custar R$ 1,5 mil. "As pessoas não consideram que se trata de uma peça exclusiva, fruto de um trabalho artesanal."

Restauração de móveis

Além das peças consideradas clássicas no patchwork, é possível usar a técnica como forma de restaurar móveis, como poltronas, sofás, guarda-roupas, cabeceiras de camas e mesas. "Tem-se, nesses casos, o patchwork somado à cartonagem", explica Cristina.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken