Saúde

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A sa?de em Juiz de Fora est? na UTI
Wendel e R?mulo tiveram que buscar na
justi?a o direito ? sa?de

T?mara Lis
08/11/03

Wendel Mateus Souza do Carmo est? prestes a completar dez meses e h? mais de seis sua m?e, Cleonice Aparecida de Souza, tenta, sem sucesso, adquirir a vacina anti-pneumoc?cica, atrav?s do Sistema ?nico de Sa?de (SUS).

Segundo os m?dicos, o medicamento ? a ?nica solu??o para evitar crises de pneumonia e diminuir o n?mero de medicamentos que o beb? ? obrigado a tomar. Diante do problema, Cleonice foi obrigada a deixar o emprego para cuidar do filho. O marido, o pedreiro Joaquim Viana do Carmo, ganha menos de tr?s sal?rios m?nimos, montade que n?o d? para cobrir a lista de rem?dios dos quais a crian?a necessita e que Cleonice mant?m arquivada em uma pasta, em caso de alguma emerg?ncia. Ou, na esperan?a de que algu?m possa ajud?-la.

Vida dif?cil
A maratona do pequeno Wendel come?ou com uma bronquite, seguida de uma pneumonite que avan?ou para uma pneumonia. "J? levei meu filho em todos os lugares que voc? possa imaginar tentando encontrar uma solu??o para o problema dele. O que me disseram e at? receitaram ? que ele ficaria bem melhor se tomasse a vacina anti- pnemoc?cica. Mas cada dose da vacina custa cerca de R$ 190 e n?s n?o temos condi?es de comprar", lamenta.

A gaveta de rem?dios est? lotada, alguns ainda com lacre, que foram receitados por m?dicos e que depois foram trocados e Wendel nem chegou a tomar. "E o pior ? que ele tomou tantos medicamentos que acabou ficando imune h? muitos deles", conta a m?e.

Na tentativa de resolver a situa??o, a crian?a j? fez fisioterapia respirat?ria e chegou a tomar mais de 28 inje?es, mas o problema n?o foi solucionado.

"Pelo conv?nio que eu tenho s? tenho direito a uma consulta com um especialista a cada 30 dias. Tamb?m tentei trat?-lo com homeopatia mas s? abrem quatro vagas a cada sexta-feira e n?o posso esperar. ?s vezes penso que se eu tivesse que depender do SUS, com esta demora toda, j? teria perdido o menino. A m?dica que atendeu o Wendel no SUS disse que seria muito bom se ele pudesse tomar a vacina anti-pneumoc?cia. Mas como o SUS n?o oferece n?o podia fazer nada e n?o fez nenhuma men??o de me ajudar. J? passei por mais de seis m?dicos com o Wendel e nenhum deles se ofereceu para fazer alguma coisa para conseguir a vacina, embora todos tenham dito que a vacina o ajudaria e muito. A ?nica m?dica que se ofereceu para me ajudar foi a Dra. Viviane que trabalha no Instituto Maria. Ai fico pensando: se fosse depender s? dos m?dicos do SUS o que seria de mim?".

Quem olha para Wendel n?o imagina que j? t?o novo, ele teve que passar por tantas dificuldades, ele ? um menino alegre e que demostra muita vivacidade. "Agora ele est? melhor, j? come?ou a engatinhar e os dentinhos est?o nascendo. Mas fico sempre de sobre aviso porque n?o sei quando ele vai ter uma reca?da".

Como se n?o bastasse o desgaste emocional, a fam?lia tamb?m foi obrigada a viver com o problema financeiro. "A troca de rem?dios descontrolou nosso or?amento. As contas acumularam e eu cheguei at? a entrar em depress?o por n?o dar conta de resolver estes problemas e pagar as minhas contas. ? horr?vel voc? ver a crian?a doente e n?o poder fazer nada. Se n?o fosse o meu filho mais velho o Wailer (foto ao lado) n?o sei o que seria de mim. Eu brinco dizendo que ele ? mais do que um pai para mim. Ele toma conta da casa, ajuda a cuidar do irm?o, n?o sente ci?mes, n?o sei como faria sem ele", conta Cleonice.

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