Dia Inernacional da mulher
Ela sempre trabalhou, desde os sete anos at? dezembro de 2003. E s? parou
por ordem m?dica. J? trabalhou na ind?stria, no com?rcio e como
'dormideira', cuidando e 35 crian?as ao longo da vida.
Negra, diz ter enfrentado mais preconceito pela cor que pelo fato de ser
mulher e comemora: "ser mulher ? tudo!". Ela conta que sua educa??o foi completamente diferente do que ? hoje. Sair,
s? acompanhada dos pais ou de pessoa mais velha. ?A mulher era respeitada e
dava-se respeito. Hoje a mulher ? mais independente, mas moralmente perdeu
muito?, analisa.
Nair lembra que ningu?m admitiria uma mulher solteira como ela, vivendo sozinha,
saindo, colocando as pernas de fora em saias pouco abaixo do joelho. "H?
cinq?enta anos atr?s, s? se saia de casa casada, hoje, com 16, 17 anos, a
mo?a quer seu apartamento e vai na casa da m?e s? para lavar roupa e comer",
observa.
Ela conta que, no seu tempo, n?o era permitido que menino brincasse com
menina.
"Mesmo assim a gente dava um jeito de brincar junto. N?o influenciava em
nada esse neg?cio de carrinho para menino e boneca para menina. Os irm?os
acabavam brincando junto e trocando os brinquedos", revela. Nair lembra com carinho do trabalho na Juventude Oper?ria Cat?lica, onde
mo?as ricas reuniam mo?as pobres para pesquisar temas da igreja e apresentar
uma pe?a a respeito, no final do ano. Ela acabou por se enveredar pelas
artes c?nicas e at? participou do filme
"Quase nada", de S?rgio Rezende, filmado em Ponte Nova. Ela
interpretava uma matriarca. A pe?a que mais
lhe marcou foi "Que pa?s ? este" em que fazia uma mulher que n?o tinha nada,
mas que mantinha a pose como se fosse rica.
Quando O assunto ? Carnaval ela tamb?m est? presente. Era baliza do rancho
?N?o venhas assim? e, h? nove anos, ? porta-bandeira do bloco da Terceira
Idade. ?Sempre gostei de dan?ar. Hoje fa?o aula de dan?a de sal?o em
academias particulares?, conta.
Como gostaria de ser lembrada? ?Aquela que era porta-bandeira da escola, que
dan?ava muito e que fazia teatro?, define.