Outra vez o artigo do m?s chega um pouco atrasado. Agora para dar conta de
tantos concertos que tiveram lugar neste m?s de novembro. Ufa, foi dif?cil
comparecer a tanta coisa em um mesmo m?s. S? neste ?ltimo domingo do m?s
foram tr?s! Como sempre, l? vamos n?s para as indaga?es. Bom, n?o se pode dizer que n?o
h? espa?o para a m?sica "cl?ssica" em Juiz de Fora depois de um m?s como
este. Foi uma programa??o cheia com plat?ias razo?veis e at? com uma
relativa aten??o por parte da imprensa. Houve uma variedade interessante de
conjuntos a se apresentar com um repert?rio tamb?m v?rio. A pergunta: o que
falta ent?o para que al?m de muitos concertos estes o sejam de boa
qualidade? Pois com essas caracter?sticas todas que citei acima j? era hora
de que a qualidade das apresenta?es tamb?m sofresse uma melhora. Lamentavelmente n?o foi isso que o m?s de novembro nos revelou. Terminei o artigo do m?s passado anunciando dois concertos. O da Orquestra
de C?mara Anthropos na Igreja Luterana foi um achado. Este grupo vem se
destacando no meio de tanto descuido geral. Fizeram um concerto meio confuso
na organiza??o, mas muito rico na escolha do repert?rio (voc?s sabiam que h?
um ?nico ?rg?o de tubos nesta t?o progressista cidade? E que nele foi tocado
um concerto de H?ndel para ?rg?o e orquestra de maneira muito delicada?) e
na interpreta??o, palavra que penso n?o fazer parte do vocabul?rio de muitos
m?sicos.
O outro concerto que anunciei foi o de Abertura do concurso de
Piano Arnaldo Estrella, promovido pelo Centro Cultural Pr?-M?sica, com a
orquestra de C?mara Pr?-M?sica e a pianista Fernanda Chaves Canaud. O
divertimento de Mozart foi bem divertido e o Concerto para piano e orquestra
de Haydn foi quase em R? maior, sua tonalidade original se o piano estivesse
afinado. O mesmo piano no qual jovens m?sicos concorreriam. No mesmo dia, concerto da orquestra Belgo-Filarm?nica, resultado do trabalho
de educa??o musical com crian?as das escolas municipais. Bravo e justo solo
de viola de Telleman, mas um programa ainda um pouco demasiado para o que
podiam os jovens estudantes, que, no entanto, emocionam pelo respeito que
mostram por seu instrumento e pela m?sica. Quero ouvi-los outras vezes,
sempre melhores. Quanto ao Ballet Giselle, dos ?ltimos dias 26 e 27, gostaria de esclarecer
que uma orquestra Sinf?nica tem propor?es e equil?brios internos. Assim,
para 4 trompetes, no m?nimo s?o necess?rios de 12 a 14 primeiros violinos e
de 10 a 12 segundos violinos para que se possa ouvir algo de bom formato,
al?m de tudo, conv?m gastar mais tempo nos ensaios e todo o tempo do mundo
em afina??o. Chamou-me muito a aten??o o descuido em rela??o a afina??o em quase todos os
concertos que ouvi. Parecia-me que n?o era importante a precis?o. Dia 28, Recital de piano da jovem Patr?cia Glatzl do Carmo, que mostrou
precis?o t?cnica e firmeza. Muito bonito recital, revelando uma pianista t?o
jovem que s? tem a se tornar melhor, adquirindo maturidade musical e
descobrindo seu veio de interpreta??o.
Finalmente o Coral dos Meninos Cantores da Academia. Eu sei que todos gostam
deles, mas eu queira ouvir um repert?rio novo. Repetem, repetem, repetem...
E volume n?o ? sinal de beleza. As palavras piano, forte, crescendo,
diminuendo, etc, v?m escritas na partitura para serem "interpretadas".
N?o gostaria que me dissessem que estou muito pessimista ou cr?tico
negativamente, pelo contr?rio. Quero ouvir sempre mais e melhor e por isso
falo. Espero um dezembro com muitos concertos e muita m?sica, mas com zelo,
preciosismo, interpreta??o, beleza, ensaio.
Bom Natal.