Vereadores discutem a quem devem se destinar as refei?es oferecidas no Restaurante. Donos de restaurantes sentem-se amea?ados com a constru??o no centro da cidade
Ricardo corr?a
Rep?rter
13/12/2005
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Para comprovar sua tese de que o Restaurante Popular, embora seja
necess?rio, pode prejudicar uma boa parte da sociedade se for implantado
como est? previsto, o vereador tucano apresentou um v?deo, com entrevista
feitas em Belo Horizonte, na regi?o em que foi instalado o restaurante
popular daquela cidade. No v?deo, comerciantes e moradores reclamam, dizendo
que o lugar ficou inseguro, desvalorizado e que o com?rcio foi prejudicado.
Caso de Evana Andrade, dona de um restaurante que afirmou ter
reduzido o n?mero de funcion?rios de 15 para cinco por conta da crise
provocada pela concorr?ncia desleal.
Logo ap?s a exibi??o do v?deo, o ex-vereador e hoje secret?rio de Pol?tica
Social da Prefeitura, Barbosa J?nior, fez a defesa do projeto que
ser? implementado pela Prefeitura. De acordo com ele, o local n?o foi uma
escolha isolada, mas partiu de uma orienta??o t?cnica, atrav?s do Minist?rio
de Desenvolvimento Social, que repassa os recursos.
"A ?rea central foi uma exig?ncia do Governo Federal. N?s ?amos fazer no
Espa?o Mascarenhas, mas as reformas que precisar?amos fazer deixariam o
projeto muito caro", explicou o secret?rio, em uma resposta ?s cr?ticas de
que, no local onde ser? constru?do, na Rua Halfeld, pr?ximo ? Pra?a da
Esta??o, o restaurante n?o atenderia o p?blico necess?rio. Sindicato n?o concorda
"Temos que fazer melhor essa distribui??o, como em outros lugares. Se o
restaurante vai oferecer 3.000 refei?es, porque n?o centralizar apenas
1.000 e oferecer as outras duas mil descentralizadas, nos centros regionais
ou mesmo no terminal do Sitt (Sistema Integrado de Transporte Troncalizado)?
A? n?s poder?amos oferecer a realmente quem precisa e diminuindo os
impactos", explicou, lembrando o exemplo do restaurante popular instalado em
Venda Nova, exatamente nos pontos de transbordo de passageiros do transporte
coletivo. O p?blico-alvo Ant?nio Jorge explica que em Belo Horizonte, de 30% a 40% das pessoas que usam o restaurante popular n?o
precisam do servi?o e acabam subtraindo direitos de pessoas que realmente
precisam do local. Mas h? quem discorde dessa vis?o.
"Sou contra padronizar o p?blico alvo do restaurante. Ou ent?o n?o vamos
poder mais andar de ?nibus. S? de t?xi, porque temos uma condi??o
financeira melhor. N?o vamos poder ir para os espet?culos p?blicos que s?o
subsidiados com recursos p?blicos. N?o concordo com esse tipo de exclus?o. O
restaurante deve ser para quem tem fome e R$ 1 no bolso", defendeu o
ex-vereador Rog?rio Ghedin, hoje subsecret?rio de Promo??o e
Cidadania da Prefeitura.
"Se for assim a UFJF tem que ir l? para Benfica, pois tem muita gente de l?
que estuda na UFJF. Todos t?m direito, tendo ou n?o tendo dinheiro para
comprar as refei?es", disse o vereador, que ? do partido do prefeito
Alberto Bejani. M?o-de-obra Pesquisa A maioria dos estabelecimentos onde foi realizada a consulta oferece
refei?es entre R$ 2,50 e R$ 4. ? nessa faixa que est? a maioria dos
propriet?rios preocupados com a instala??o do restaurante popular. Quarenta
e dois donos de restaurantes nessa faixa, ou 68,85% dos entrevistados, temem
a instala??o da unidade.
A pesquisa apresenta ainda os n?meros do setor de restaurantes na cidade. De
acordo com a consulta, s?o oferecidas em m?dia 9.923 refei?es/dia em Juiz
de Fora, nos restaurantes que empregam 737 funcion?rios. Desses, 33,82%
est?o nos restaurantes que fornecem refei?es com pre?o inferior a R$ 4. A
pesquisa foi realizada entre os dias 21 de novembro e 9 de dezembro de
2005.
ATENÇÃO: o resultado desta enquete não tem valor
de amostragem científica e se refere apenas a um grupo de
visitantes do Portal ACESSA.com.
No entanto, o presidente do Sindicato de Hot?is, Bares, Restaurantes e
Similares de Juiz de Fora, Ant?nio Jorge Marques, que ? pai do
vereador Ant?nio Jorge, contesta a vers?o de Barbosa J?nior. Al?m de
questionar a falta de di?logo, ele reclama que o estabelecimento, onde est?
previsto, ir? prejudicar os restaurantes menores.
Mas al?m da discuss?o espec?fica do lugar onde ser? instalado, outra quest?o
tem tirado o sono dos propriet?rios de restaurantes e tamb?m de
alguns vereadores. ? a defini??o do p?blico-alvo do restaurante. Enquanto
Ant?nio Jorge defende que haja uma "discrimina??o positiva", com uma
delimita??o de quem realmente precisa ser atendido pelo restaurante popular,
a maioria de seus colegas discorda e d? como exemplo outras iniciativas
p?blicas e que podem ser usadas por todos.
Durante a defesa do projeto, o secret?rio de Pol?tica Social da Prefeitura,
Barbosa J?nior, salientou que al?m da import?ncia principal, o restaurante
ainda ir? gerar postos de trabalho. De acordo com ele, as conversas est?o
avan?ando no sentido de uma parceria com a Amac, para que a associa??o
qualifique pessoas para trabalhar no local. Segundo ele, estima-se que
sejam criadas, inicialmente, 30 vagas com a implanta??o do restaurante.
Na audi?ncia p?blica realizada na C?mara, o vereador Ant?nio Jorge
apresentou os resultados de uma pesquisa feita em conjunto com o Sindicato
de Hot?is, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora. Na consulta,
feita com 91 donos de estabelecimentos na cidade, 64,83% dos donos de
restaurantes disseram que acham que ser?o prejudicados pela instala??o do
restaurante popular no Centro.