JF Hoje
Semin?rio em JF discute a implementa??o de medidas para detec??o do uso de risco do ?lcool por pacientes das UBS
Ricardo Corr?a
Rep?rter
05/04/2006
O nome complicado do p?blico-alvo refere-se, na verdade, ? cerca de 25% dos
pacientes atendidos nas Unidades B?sicas de Sa?de de Juiz de Fora, segundo
estimativas preliminares coletadas por um projeto que teve origem em 2003. O
tema de pesquisa do professor Telmo Ronzani, coordenador do curso e
psciologia da UFJF, deu origem, essa semana, ao II Semin?rio sobre
Preven??o ao Uso de Risco de ?lcool na Aten??o Prim?ria, promovido pela
Comiss?o Permanente que leva o mesmo nome, a Coppera. A id?ia do semin?rio e
do projeto que est? sendo colocado em pr?tica ? capacitar os profissionais
de aten??o prim?ria de n?vel superior, ou seja; aqueles que trabalham em
Unidades B?sicas de Sa?de, para que possam identificar os casos de uso de
risco do ?lcool, al?m de permitir que eles possam educar e sensibilizar a
popula??o para os riscos do consumo exagerado dessa droga.
A id?ia ? simples. O programa chama-se "audit", e consiste na aplica??o de
um question?rio de dez quest?es simples aos pacientes das Unidades B?sicas de
Sa?de. Atrav?s desse question?rio, seria poss?vel identificar se o usu?rio
utiliza o alcool com baixo risco, se existe um alto risco ou se ele j? ?
dependente da droga. O p?blico-alvo do projeto ? apenas esse segundo grupo,
de pessoas que podem vir a ter problemas ou j? est?o come?ando a ter
problemas causados pelo ?lcool, mas que podem ser recuperados atrav?s da
sensibiliza??o e conscientiza??o que pode ser realizada pelos profissionais
da sa?de.
"Normalmente quando o paciente procura ajuda para se tratar ele j? est?
dependente. J? utiliza o ?lcool h? 15, 20 anos. E nessa fase ? muito dif?cil
reverter, porque o h?bito j? est? estabelecido. A id?ia do projeto ?
detectar isso no in?cio para tratar", diz a professora Maria L?cia
Formigoni, que explica um outro objetivo: quebrar o estigma de que o
usu?rio de ?lcool ? um viciado, "uma pessoa de pouco car?ter".
"Muitas vezes ele procura uma UBS em busca de um tratamento de gastrite ou
outro problema que ? decorrente do uso do ?lcool. Uma das fun?es ent?o ?
mostrar que o problema de sa?de, ou muitas vezes um problema de
relacionamento, est?o relacionados ao uso do ?lcool.
"Tentar achar o limite e detectar em que situa??o a pessoa est? bebendo
demais. Normalmente essas s?o aquelas que focam todo o seu lazer onde tem
?lcool. Se n?o tem ?lcool n?o tem gra?a". Conscientiza??o
Para o professor Telmo (? direita na foto acima), o gasto m?nimo com o projeto e o retorno que pode
ser obtido garantem a validade da proposta. "N?o se pode pensar simplesmente
na capacita??o dos funcion?rios para aplicar o question?rio. ? um projeto
muito mais amplo", explicou.
A presen?a do AA no projeto, de acordo com o professor Erikson Felipe
Furtado, ajuda a dar mais credibilidade ao que est? sendo dito aos
pacientes. "Os membros do AA est?o em condi?es melhores de falar sobre o
tema por terem vivido a situa??o", lembra o professor paulista.
O professor ?rikson Felipe Furtado, da USP, ressaltou a presen?a da
imprensa na coletiva do projeto como um primeiro passo que a cidade est?
dando em rela??o ? essa conscientiza??o e ? discuss?o p?blica do tema.