JF Hoje
Dez anos de mudan?as na cidade
Da d?cada de 90 para os anos atuais, a popula??o de Juiz de Fora cresceu, mudou h?bitos e
viu indicadores se alterarem
Ricardo Corr?a
Rep?rter
18/04/2006
Analisando o Anu?rio Estat?stico produzido
pelo Centro de Pesquisas Sociais da UFJF em 2005, e comparando com n?meros
de anu?rios de 1995 a 1997, percebemos que, em Juiz de Fora, nos ?ltimos 10
anos, muita coisa mudou. ?ndices se alteraram positiva e negativamente.
H?bitos foram trocados, outros permaneceram id?nticos, mesmo com as mudan?as
dos tempos. A popula??o cresceu, mais gente nasceu, morreu e o perfil da
cidade variou pouco, na m?dia geral. Algumas coisas, ? certo, n?o mudam ou precisam de muito tempo para mudar.
Aspectos relacionados e determinados pela natureza s?o um exemplo. ? isso
que explica como o clima de Juiz de Fora permaneceu basicamente o mesmo nos
?ltimos 10 anos. A temperatura, por exemplo, oscilou de 19,3?C de m?dia em
1995 para 18,7?C no levantamento feito em 2004. Varia??o normal, que se
apresenta de um ano para o outro. O mesmo vale para a precipita??o, ou seja,
a quantidade de chuva, que foi de 1.521mm para 1.588mm nesse mesmo per?odo,
ou para a umidade relativa do ar, que oscilou de 79,8% em 1995 para 81% em
2004.
Os h?bitos mudaram. As mulheres est?o ganhando mais espa?o e, comparando
n?meros do censo de 1991 com os do censo 2000, j? percebia-se que, entre os
chefes de fam?lia, os homens n?o reinavam absolutos mais. Se em 1991 os
chefes de fam?lia eram 77% homens, em 1996 esse ?ndice j? havia ca?do para
74,3% e, em 2000, atingido apenas 67,53%. Isso significa dizer que em 32,47%
dos lares, as mulheres passaram a sustentar a casa.
De uma d?cada para outra, Juiz de Fora viu tamb?m a sua popula??o
envelhecer. Se no in?cio da d?cada de 90 cerca de 62,8% da popula??o da
cidade tinha at? 29 anos, no in?cio deste novo s?culo eram 50,46% nesta
faixa et?ria. Antes eram menos de 24% os que estavam entre os 29 e 49 anos.
Em tempos mais atuais, esse percentual subiu para 30%. Tamb?m cresceu o
percentual da popula??o que passou dos 50 anos de idade. De 13,71 no in?cio
da d?cada de 90, para 19,46% no in?cio desta d?cada. A economia
Se para as pessoas as contas se apertaram, para as empresas tamb?m,
principalmente porque aumentou a concorr?ncia. Em 1995 a cidade possu?a
3.480 empresas cadastradas no Centro Industrial. Em 2004, j? eram 5.411. A
participa??o as empresas de metalurgia continuou sendo a maior, seguida por
constru??o civil. Os n?meros do setor agr?cola mudaram pouco. E os campe?es de explora??o na
regi?o continuam sendo os mesmos. O milho continua reinando como o que
possui maior ?rea ocupada. A cana forrageira continua liderando em volume de
produ??o. Mesmo com mais gente para consumir os produtos e maiores lucros a cada ano,
os bancos reduziram o n?mero de ag?ncias na cidade. Em 1996 elas eram 52. No
ano 2000 j? tinham ca?do para 46. Redu??o maior do que o n?mero de ag?ncias,
s? no n?mero de funcion?rios. Dos antigos 2.303 banc?rios que trabalhavam em
1995, s?mente 1.043 vagas permaneceram em 2004. O resto perdeu o emprego. A comunica??o
A ?ltima d?cada apresentou a derrocada do telegrama como forma de
comunica??o. Em 1996, 134 mil telegramas foram enviados. Em 2004, esse
n?mero j? havia ca?do para pouco mais de 78 mil. A expans?o da telefonia,
das possibilidades de comunica??o atrav?s da internet podem ser colocadas
como motivadoras desse processo. Se n?o conseguiram reduzir o n?mero de
cartas enviadas, fizeram com que o crescimento do setor fosse bem reduzido.
Mesmo com o grande aumento da popula??o, o n?mero de cartas e objetos
simples enviados passou de 25 mil para 31 mil em dez anos. Consumo de energia e produ??o de lixo
Outro dado interessante que pode ser retirado das compara?es entre os
anu?rios estat?sticos ao longo de uma d?cada diz respeito ? produ??o de
lixo pelos habitantes de JF. Em 1996, ele era composto de 13,79% de papel,
9,13% de pl?stico filme e 2,53% de pl?stico duro. Em 2004, com a utiliza??o
de mais materiais reciclados, a participa??o do papel no lixo passou para
20%. O uso de pl?stico filme reduziu um pouco, para 8,89%. Mas o pl?stico
duro, que antes representava apenas 2,54% do lixo, passou a ocupar 9,98% das
lixeiras, principalmente com a utiliza??o de materiais e embalagens
descart?veis. Transporte
O pre?o das passagens pode ter sido um dos motivos para a queda, e o n?mero
de juiforanos propriet?rios de ve?culos particulares tamb?m. Em 1995 a frota
de ve?culos da cidade era de pouco menos de 100 mil ve?culos, sendo 75 mil
carros e o restante formado por ?nibus, caminh?es, caminhonetes e outros
utilit?rios. Em 2003, o n?mero j? era de 115 mil ve?culos, sendo 85 mil
autom?veis. A frota tamb?m foi renovada. Se antes eram 75 mil ve?culos
produzidos antes de 1990, em 2003 o n?mero de autom?veis produzidos antes de
1996 havia ca?do parar 69.700. Sa?de
Os n?meros da sa?de ainda revelam que Juiz de Fora possui menos hospitais do
que no passado. Em 2005 eram 27, e em 2003, 21. O n?mero de postos de
sa?de, por?m, aumentou. De 46 em 1995 para 53 em 2003.
A juizforana mudou seus h?bitos com rela??o ao parto. Antes, o n?mero de
cesarianas era bem maior do que o de partos normais. Em 1995, por exemplo,
foram 5.360 cesarianas realizadas na cidade, enquanto 3.266 m?es optaram
pelo m?todo natural de ganhar beb?s. Em 2004, os n?meros se equipararam, e o
registro de partos normais foi at? levemente maior: 3.339 contra 3.299
cesarianas.
A rela??o de nascimentos por sexo praticamente se manteve. Continuaram
nascendo e morrendo mais homens do que mulheres. E como a diferen?a nas
mortes ? maior do que nos nascimentos, a cidade possui mais mulheres do que
homens.
As campanhas de preven??o e a conscientiza??o da popula??o tiveram uma
grande vit?ria nos ?ltimos anos. O n?mero de casos de AIDS na cidade caiu
bastante em uma d?cada. Passaram de 97 casos em 1994, para apenas 27 em
2004. Mas as mulheres come?aram a fazer mais parte do grupo de risco. Se
elas eram apenas 21 entre os 97 casos da d?cada passada, passaram a ser 10,
entre 27 da d?cada atual.
Os grandes vil?es entre as doen?as que mataram os juizforanos na ?ltima
d?cada n?o mudaram. A maioria das mortes continua sendo problemas no sistema
circulat?rio. A participa??o destes casos no total de mortes continuou
girando na casa dos 33,5%. As neoplasias, ou tumores, est?o em segundo neste
ranking, e cresceram de 12,65% para 17,7% em dez anos. Doen?as do aparelho
respirat?rio respondiam por 11,73% das mortes e passaram a responder por
12%. As causas externas mantiveram ?ndices semelhantes. Se antes 8,05% das
pessoas morriam por esses motivos, em 2004 o n?mero pasou para 7,09%. Educa??o Em contrapartida,
na rede municipal o n?mero de alunos matriculados subiu de 35,9 mil para
58,5 mil em dez anos. As escolas particulares viram seus alunos subir pouco:
dos 30 mil de 1995 o n?mero passou para 31,3 mil em 2004. O
n?mero de estudantes no ensino federal passou de 2.423 para 3.428.
Visivelmente o n?mero de faculdades e universidades aumentou na cidade. Eram
apenas quatro na d?cada passada. Neste d?cada s?o 11. O n?mero de alunos no
ensino superior, que em 1996 era de 11.470, sendo a maioria absoluta, 7.456
da UFJF, quase dobrou. Em 2004 j? eram 20.785 alunos no ensino superior de
Juiz de Fora e apenas metade deles estava na UFJF: 10.523. O n?mero de
cursos de p?s-gradua??o tamb?m aumentou: passou de poucos 13 cursos
catalogados em 1997 para 38 registrados em 2004. Seguran?a Habita??o
Os dados econ?micos mostram que a cidade decaiu em alguns setores, e pouco
evoluiu em outros. Mesmo assim, o Produto Interno Bruto, ou seja, a soma das
riquezas geradas em JF cresceu. Passou de R$ 1.491.923 em 1995 para R$
3.310.975 em 2002. O PIB per capta (por habitante) foi de R$ 3.627,42 para
R$ 7.265,00. A arrecada??o de ICMS passou de 114 milh?es parar 234 milh?es.
Os impostos aumentaram e com isso a Prefeitura passou a
arrecadar muito mais. Em 1995, os cofres p?blicos receberam R$ 39,6 milh?es.
Em 2004, a arrecada??o foi quase o dobro: R$ 77,7 milh?es. Menos mal para o
contribuinte que a participa??o do IPTU no bolo caiu. Se antes era de 64%,
em tempos atuais caiu para 46,20%. Foi o ISSqn quem aumentou a mordida,
chegando a representar 45,20% dos recursos recebidos pela administra??o
municipal.