Servidores municipais paralisam atividades

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Servidores municipais paralisam atividades Trabalhadores da Prefeitura fazem manifesta??o contra reajuste zero anunciado. Cerca de 13 mil funcion?rios p?blicos devem cruzar os bra?os

Clecius Campos
Rep?rter
23/4/2009

O Sindicato dos Servidores P?blicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu), o Sindicato dos Professores (Sinpro) e o Sindicato dos Engenheiros anunciaram paralisa??o dos funcion?rios da Prefeitura de Juiz de Fora nesta sexta-feira, dia 24 de abril. O motivo ? o an?ncio de reajuste zero no sal?rio dos trabalhadores, feito pelo secret?rio de Administra??o e Recursos Humanos, Vitor Valverde, na manh? desta quinta-feira, dia 23 de abril.

Ap?s apresenta??o das contas p?blicas pela titular da Secretaria da Fazenda (SF), Maria Helena Leal Castro, Valverde informou ?s entidades representativas dos servidores a impossibilidade de assumir o aumento e de manter o pagamento em dia ao mesmo tempo. "Com o agravamento da crise econ?mica mundial, a d?vida da Prefeitura e a queda no repasse do ICMS, fica dif?cil atender ?s reivindica?es dos sindicatos. A prioridade ? n?o atrasar os sal?rios e o 13?. Trata-se de uma determina??o do prefeito Cust?dio Mattos e vamos fazer de tudo para cumpri-la."

Os n?meros, no entanto, n?o convenceram o presidente do Sinserpu, Cosme Nogueira. "Vamos manter o protesto at? que a administra??o tenha uma resposta positiva." Segundo o sindicalista, os funcion?rios est?o convocados a aderir ? paralisa??o e a comparecer ? assembleia na escadaria da C?mara Municipal, ?s 14h. A expectativa ? de que cerca de 13 mil servidores cruzem os bra?os.

Os sindicalistas pedem um reajuste salarial inflacion?rio de 6%, apontado pelo ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA). Entre as reivindica?es do funcionalismo p?blico municipal, est?o ainda a reposi??o de R$ 150 para reestrutura??o da tabela salarial, o reajuste de 12% nos vencimentos e o aumento do valor do t?quete-alimenta??o, de R$ 50 para R$ 90. "H? servidores que recebem menos de um sal?rio m?nimo."

Professores

Mais de 4200 professores tamb?m devem abandonar as classes na pr?xima sexta-feira. De acordo com o diretor do Sinpro, Fl?vio Bitarello, a posi??o do sindicato ? de revolta. "Queremos rever os n?meros. O valor do repasse de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa??o B?sica (Fundeb) n?o foi divulgado pela SARH. Sabemos que esse montante est? dispon?vel."

Al?m do aumento salarial, os educadores lutam por reajuste de 19,2%, referente ? corre??o do valor do Fundeb, aumento de R$ 450 para R$ 600 da verba anual para compra de materiais pedag?gicos e especializa??o, al?m da inclus?o de diretores e vice-diretores no pagamento da reuni?o pedag?gica mensal e o reajuste de 10% sobre o sal?rio. A categoria quer a implanta??o do piso salarial nacional de R$ 1.132 para 40 horas semanais.

Engenheiros

Acompanhando a convoca??o do Sinserpu, o Sindicato dos Engenheiros (Senge) tamb?m aderiu ? paralisa??o. De acordo com o diretor administrativo da Regional Zona da Mata do Senge, Jo?o Queiroz, o reajuste pelo IPCA estava previsto no or?amento da Prefeitura de 2009. Segundo o sindicalista, caso a administra??o municipal permane?a com a decis?o de reajuste zero, ser? necess?rio um enfrentamento radical. "Poder?o ocorrer novas paralisa?es e, consequentemente, assembleias com indicativo de greve."

M?dicos

A posi??o do Sindicato dos M?dicos de Juiz de Fora ? esperar a pr?xima reuni?o com a SARH, na segunda-feira, dia 27. Os profissionais da sa?de pedem a equipara??o de seus sal?rios com os dos demais funcion?rios de n?vel superior. "? uma reivindica??o antiga. Se nada for resolvido no pr?ximo encontro com a Prefeitura, iremos mobilizar a categoria para uma poss?vel paralisa??o", afirma o tesoureiro do Sindicato, Carlos Roberto Gasparete .

Posi??o da Prefeitura

De acordo com Vitor Valverde, o Executivo respeita os servidores e lamenta a paralisa??o. O secret?rio afirma que o munic?pio passa hoje por um momento de sacrif?cio para que possa voltar a um momento de tranquilidade.

Sobre o reajuste inflacion?rio previsto em or?amento, Valverde afirma que, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes Or?ament?rias da cidade, o IPCA n?o havia sido previamente calculado. "A lei prev? uma amplia??o da folha de pagamento, que acontece na ordem dos 3,33% ao ano. ? um crescimento vegetativo, uma progress?o natural dos ordenados." Segundo ele, o or?amento tamb?m n?o conseguiu prever a d?vida da Prefeitura, apresentada na reuni?o desta quinta-feira, pela Secretaria da Fazenda.

Quanto ? reivindica??o dos m?dicos, Valverde explica que estes servidores cumprem carga hor?ria de 20 horas semanais, enquanto os demais funcion?rios p?blicos com n?vel superior trabalham 40 horas. "Essa ? uma das reivindica?es que ser?o apuradas e tratadas em outras reuni?es com o sindicato."

A reuni?o da pr?xima segunda-feira, dia 27 de maio, deve esclarecer d?vidas sobre o d?ficit e o or?amento da Prefeitura. Na ocasi?o ser?o discutidas outras reivindica?es dos sindicatos.

Os textos s?o revisados por Madalena Fernandes