Entidades protetoras de animais cobram medidas efetivas do poder público em audiência

Por

Quarta-feira, 9 de dezembro de 2009, atualizada às 15h55

Entidades protetoras dos animais cobram medidas efetivas do poder público em audiência

Melissa Ribeiro
Repórter

A situação dos animais abandonados e as condições do Canil Municipal foram tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira, 9 de dezembro, na Câmara Municipal. Erguendo faixas e cartazes de protesto, representantes de entidades de proteção a animais cobraram do poder público ações efetivas para solucionar os problemas causados pela presença de animais nas ruas, como a proliferação de doenças e os acidentes de trânsito. Os maus tratos a gatos, cães e cavalos também foram denunciados.

A presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Juiz de Fora, Meire Moreira, sugeriu a criação de uma campanha de conscientização sobre os cuidados com os animais domésticos e apontou a castração em massa como uma solução viável para diminuir a alta população de abandonados. "Essa é uma questão ambiental, mas também social porque, na maioria das vezes, as famílias menos favorecidas têm muitos cães e não têm condição de fazer a castração." A presidente da ONG Animal e Natureza, Keity Duque Giovanini, ressaltou que a esterilização dos cães também poderá diminuir os gastos com os animais no Canil Municipal.

O vereador Júlio Gasparete (PMDB) denunciou o estado em que se encontra o canil e apontou a desativação do espaço atual como a única solução. "Nossa sugestão é levar o Canil Municipal para outro lugar, para que haja uma situação melhor não só em favor dos animais, mas também dos funcionários que trabalham lá." Segundo o diretor geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Aristóteles Faria, há atualmente 500 animais abrigados no ambiente. O último levantamento feito pelo órgão apontou a apreensão de 328 animais de grande porte na cidade.

O Subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Matos Vieira, garantiu a criação, até 2011,  de um Centro de Controle de Zoonozes para dar tratamento adequado aos animais abandonados de Juiz de Fora. Ele explicou que está em estudo a realização de um trabalho de identificação de animais para que haja um controle da população na cidade.

O presidente da ONG Ajuda, Antônio Vieira, propôs acabar com a circulação de carroças em Juiz de Fora. "Não é possível que uma cidade com 600 mil habitantes e com um trânsito como o que temos, em pleno século XXI, tenha que conviver com esta situação nas ruas." Para o presidente, além de causar transtornos ao trânsito de pedestres e carros, as carroças revelam a situação de maus-tratos dos equinos, que, muitas vezes, transportam mais peso do que podem suportar.

Experiência adotada no Rio de Janeiro é apresentada

O Secretário Especial de Promoção e Defesa dos Animais do Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga da Costa Leite, fez um relato da experiência realizada há oito anos pela secretaria. "Temos três frentes de trabalho: a esterilização, a campanha de adoção de animais de pequeno porte e equinos e a conscientização da população sobre os cuidados com os animais."

Leite explicou que a situação de Juiz de Fora é semelhante a de quase todas as cidades do país. Ele afirmou que a identificação de animais por meio de chips, que será feita até o início de 2010 no Rio de Janeiro, será fundamental não só para o controle dos animais, mas também para identificar seus donos. Ele sugeriu que Juiz de Fora busque soluções por meio de uma legislação efetiva.

O vereador Júlio Gasparette (PMDB) afirmou que existe um projeto de lei, com 94 artigos, em andamento na casa, sobre a situação dos animais abandonados. O vereador Noraldino Júnior (PSC) sugeriu a realização de um fórum para que a população participe mais efetivamente da discussão sobre o assunto e contribua para a elaboração do projeto de lei.

 

Os textos são revisados por Madalena Fernandes