Comissão discute segurança e criminalidade na região

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Comissão discute segurança e criminalidade na regiãoÍndice de criminalidade caiu 10% no primeiro trimestre de 2010. Comissão aprova requerimento para discutir situação do Ceresp

Pablo Cordeiro
*Colaboração
13/4/2010

Na manhã desta terça-feira, 12 de abril, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais esteve em Juiz de Fora para debater a segurança na região. Presidida pelo deputado João Leite (PSDB), a audiência apresentou dados e índices das polícias Militar, Civil e Federal, além de órgãos ligados à educação e a políticas sociais. Esta é a décima reunião e, ao final dos 17 encontros, um relatório será apresentado para que investimentos em prol da segurança provenientes do governo sejam angariados.  

Segundo Leite, com os dados de todas as regiões de Minas Gerais, será possível que mais recursos sejam inseridos no Plano Plurianual do governo federal (PPA) e no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). "Estamos cientes da falta de efetivo das polícias. Esses depoimentos são importantes para a Assembleia Legislativa", destaca.

O número de efetivo total na cidade é de 291 oficiais, divididos em: 39 delegados, 46 escrivães, 176 agentes, 7 médicos legistas e 23 médicos peritos. Para o chefe geral da Polícia Civil (PC) de Juiz de Fora, o delegado Celso Ávila (foto abaixo e ao meio), o número de policiais está defasado, mas o trabalho é feito. "Estamos avaliando quais estão ausentes, em tratamento de saúde e afastados de seus cargos. Com nossa metodologia de trabalho, estamos prestando um melhor serviço para a população, através de políticas públicas e das próprias pessoas."

Providências

Requerimentos foram aprovados pelos deputados apontando medidas a serem tomadas. Foi proposta uma visita à Secretaria de Estado de Defesa Social para a realização de encontros com representantes da Subsecretaria de Administração Prisional. A intenção é tratar da superlotação do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) e do Centro de Internação Socioeducativo para Adolescentes da região de Juiz de Fora.

Foi solicitada a interiorização do programa Fica Vivo na Zona da Mata e a apresentação, pelos órgãos de segurança de Juiz de Fora, de estatísticas de resolução de crimes na 4ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), que engloba a região.

Os parlamentares querem informações sobre o efetivo da Polícia Federal na Zona da Mata e o número de municípios atendidos, além do envio de ofício à Secretaria de Estado de Defesa Social pedindo dados sobre a custódia de presos pela Polícia Civil. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também será acionada para esclarecer quantos postos tem na região, o efetivo e a malha sob sua circunscrição.

Criminalidade

Para o comandante da quarta região da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Anselmo Fernandes da Silva (foto abaixo e à esquerda), a integração com a população é a principal ferramenta no combate à criminalidade. "Não sofremos muita influência do Rio de Janeiro nos 300 quilômetros do 4º Risp [Região Integrada de Segurança Pública - que engloba 86 municípios da região]. A variação da criminalidade é pouca e nosso objetivo é mantê-la controlada", ressalta.

Em sua apresentação, Silva destacou a queda no índice da criminalidade na zona de abrangência do 4º Risp em 10,48% no primeiro trimestre de 2010, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação aos crimes violentos, a queda foi de 18,42% em 2009, porcentagem semelhante à de 2008. "Estamos voltando ao patamar do início da década de 90. A região mais preocupante é o eixo entre Juiz de Fora, Ubá, Viçosa e Muriaé, onde a criminalidade é mais acentuada", explica o militar. 

Em relação aos homicídios no período, houve o aumento de 22,28%, o que representa um montante de 36 homicídios, em comparação com o primeiro trimestre de 2009, quando foram registrados 29 crimes. Em 2009, houve a queda de 16,36% em comparação com 2008. Silva ressalta que a meta para 2011 é cair a porcentagem para 14,58% e para 2023, 5%. "Em números absolutos os homicídios são baixos para toda a amplitude do 4º Risp. Para 2023, a estimativa é de cinco homicídios para um grupo de 100 mil habitantes. Para atingir a meta, estamos investindo em prevenção e na setorização das polícias, responsabilizando grupos de policiais para agir diretamente em áreas específicas. Com essa proximidade e contato com a população, o combate é mais eficaz."

 

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