Fazenda ocupada por MST em Goian? passar? por estudo ambiental e de patrimínio

Por

Sexta-feira, 16 de abril de 2010, atualizada às 17h53

Fazenda ocupada por MST em Goianá passará por estudo ambiental e de patrimônio

Clecius Campos
Repórter

A Fazenda Fortaleza de Santana, na cidade de Goianá, passará por um estudo ambiental e de patrimônio que irá definir sobre a possibilidade do uso sócio-cultural da área, diante das características espeliológicas e patrimoniais do terreno. Uma reunião realizada nesta sexta-feira, 16 de abril, na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), acertou uma colaboração entre as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF) e de Viçosa (UFV) para a elaboração do laudo.

De acordo com o assessor de Movimentos Sociais da UFV, Antônio Bento Mâncio, a partir da próxima semana as instituições começam a formular convênios para a elaboração do estudo. "A situação no local é complexa, devido a sua história com a colonização e o período da escravatura. Estamos à disposição para ajudar e, principalmente, para dar encaminhamento às necessidades básicas das famílias acampadas." Desde o dia 25 de março, 150 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) ocupam a fazenda.

A coordenadora do projeto de parceria entre a UFJF e o MST, Cristina Simões Bezerra, afirma que o estudo mobilizará professores e pesquisadores das áreas do Serviço Social, da Educação, da Geografia e da História. Segundo ela, a ideia do estudo partiu da própria comunidade acampada em Goianá. "Os sem-terra pediram uma ajuda para acelerar o processo de desapropriação do imóvel para fins de reforma agrária. Estamos propondo ações de ensino, pesquisa e extensão na área, o que é muito interessante ao espaço acadêmico."

Proprietários mostram interesse em desapropriação

Também nesta sexta-feira, ocorreu uma reunião entre o Incra e um representante jurídico da família que detém o espólio da fazenda. Segundo a assessoria de comunicação do Incra, o advogado dos donos da terra mostrou interesse na desapropriação do imóvel. Porém, a negociação será inicialmente levada ao conhecimento da família para depois ser concluída.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes