Com a greve dos médicos peritos, atendimento é feito por 26% dos profissionais em JF

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Quarta-feira, 14 de julho de 2010, atualizada às 13h

Com a greve dos médicos peritos, atendimento é feito por 26% dos profissionais em JF

Pablo Cordeiro
*Colaboração

Nesta quarta-feira, 14 de julho, a greve nacional de médicos peritos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) completa 23 dias e não há perspectiva para término. Em Juiz de Fora, a adesão corresponde a 53% dos 26 profissionais alocados na cidade. Na Agência Riachuelo, dos 17 médicos que atendem, 13 aderiram à greve. Já na Agência São Dimas, um dos nove peritos está de braços cruzados.  

Segundo dados do INSS, dos que não aderiram à greve, na Riachuelo, dois estão de férias e um no período de licença. Na São Dimas, dois estão em férias, dos quais um aderiu ao movimento. No somatório, sete médicos, dos 26, estão realizando o atendimento na cidade, o que representa 26% dos profissionais disponíveis. Para atender as prioridades, os médicos fazem trabalham em regime de escala, que conta com seis profissionais, os quais se revezam nos atendimentos.

O percentual de 26% de médicos realiza, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 50% dos atendimentos, priorizando casos que envolvem idosos, gestantes e segurados recém-operados. Segundo o delegado da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) e integrante do comando de greve, Fábio Lício, não há expectativa de término da greve, visto que as negociações não apresentam qualquer tipo de avanço. "Não vamos trabalhar somente com gratificações. Além disso, reivindicamos mais segurança. Em dois anos, perdemos dois colegas assassinados", destaca Lício. Ainda segundo ele, o serviço mais prejudicado e que reflete diretamente na população é o atraso da concessão do auxílio doença.

Outra reivindicação latente da categoria é a redução das horas de trabalho, de 40h para 30h, o que permitiria aos médicos carga horária em outros locais públicos, já que, por lei, a carga horária máxima em serviço público é de 60h. "Com 40h ficamos atatos à lei, que não permite mais de 60h. Mas nós somos médicos e podemos trabalhar em outros locais. O INSS deve reconhecer que precisa ser mudado, mas nada acontece."

Remarcação de consultas

Segundo a assessoria de comunicação do INSS, as remarcações de consultas estão sendo feitas nas próprias agências. Quanto ao atendimento, nenhum segurado da Previdência Social deixará de ter seus direitos em função da paralisação. Todos os agendamentos não atendidos estão sendo remarcados, sem prejuízo financeiro para o segurado, considerando a data do primeiro agendamento.

*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF