L?deres comunitários lotam Câmara e reivindicam soluções para problemas de urbanismo em Juiz de Fora

Líderes comunitários lotam Câmara e reivindicam soluções para problemas de urbanismo em Juiz de Fora

Duas horas e quinze minutos foi o tempo que os 40 líderes comunitários inscritos gastaram para expressar as necessidades de seus bairros, durante a audiência pública ocorrida na tarde desta quarta-feira, 16 de fevereiro, na Câmara Municipal. Os problemas de urbanismo foram os mais mencionados pelos representantes que direcionaram críticas a administração municipal e ao prefeito Custódio Mattos. Os presidentes de associações de bairros aproveitaram a presença de três secretários municipais e de representantes de outras duas secretarias para reforçar suas reivindicações.

A presidente da Sociedade Pró-melhoramentos do bairro Santa Luzia, Aparecida de Cássia Silva, denuncia a existência de áreas de risco no bairro, segundo ela, já visitadas pela Defesa Civil, mas que ainda não sofreram intervenções. "Além desse, temos muitos outros problemas. Sofremos com os horários de ônibus que estão desregulados, com a praça que está um caos e com as obras paradas, com a retirada do terceiro turno de atendimento na UBS [Unidade Básica de Saúde], enfim, temos muito do que reclamar."

O presidente da Associação de Moradores do bairro Santana, Vicente de Paula Dornele, acredita que as solicitações referem-se a intervenções pequenas, que poderiam ser realizadas com mais facilidade. "Nem quando as obras são pequenas temos qualquer retorno. Pagamos impostos. A prestação do serviço é uma obrigação e não um favor." Ele critica a mudança de postura dos políticos em tempos de eleição. "Eles nos convocam para combater a dengue e para recepcionar o governador nas visitas que faz a Juiz de Fora, mas não atendem os nossos pedidos", lembrando que há oito meses tenta o ligamento da rede de água e esgoto no local, por parte da Companhia Municipal de Saneamento (Cesama).

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Presidindo o Conselho de Saúde do bairro São Pedro, Benedito Teófilo dos Santos criticou, com veemência, as promessas eleitorais ainda não cumpridas pela Prefeitura. "Onde está o prefeito que disse que Juiz de Fora não podia esperar? Onde está a licitação que iria melhorar o transporte público? Onde estão as pontes e os viadutos que iam desafogar o trânsito? O prefeito disse que pegou a cidade em um estado ruim, mas Juiz de Fora está caminhando para o pior." O líder comunitário da Zona Norte, Geraldo Salvador Pinto Cardoso, acredita que há uma crise de gestão na Prefeitura. "Não sei se o prefeito passa as reivindicações para os secretários e os gestores não fazem o trabalho ou se é ele mesmo quem fica enrolando. O pior é que os problemas continuam."

Lista de problemas é analisada

Problemas com bocas de lobo entupidas, má organização dos horários dos ônibus, deficiência nos serviços de poda de árvores, problemas com asfaltamento e buracos nas vias, desleixo com as praças e falta de diálogo com as associações também foram mencionados. A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) escolheu o secretário de Obras, Jefferson Rodrigues Júnior, para responder às reivindicações. Ele afirmou que o Executivo sempre atende à comunidade, "com muito prazer", e que as pequenas faltas são motivo de críticas. "O prefeito já conversou com todas as comunidades, ouviu os pedidos e fez uma listagem de toda a demanda de Juiz de Fora. Esse documento está nas mãos da Secretaria de Planejamento, que analisa e distribui as demandas em cada pasta, conforme a competência."

Rodrigues mencionou o asfaltamento de mais de 300 ruas em todos os bairros da cidade, com o programa Rua Nova, que prioriza logradouros de periferia mais necessitados. Lembrou da construção e inauguração de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e a construção do Hospital Regional de Urgência e Emergência. Entre as grandes obras em execução, citou um programa de urbanização, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), com o objetivo de garantir água, esgoto, iluminação e pavimentação em 12 áreas da cidade, já iniciado com intervenções no bairro Milho Branco.

Noticiou a possibilidade de lançamento em março ou abril das licitações que irão culminar nas construções das pontes e viadutos da Nova Juiz de Fora, que dependem do cumprimento das promessas feitas pelo governo do Estado de Minas Gerais, parceiro no programa. Anunciou a execução de obras de drenagem na avenida Juscelino Kubitschek, no valor de R$ 4,5 milhões, além da realização da rede pluvial do bairro Grajaú. Segundo Rodrigues, há 70 obras de urbanização em andamento na cidade.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken