Número de acidentes com motos em JF cresce 153% ante 2010
Número de acidentes com motos em JF cresce 153% em relação a 2010 Este ano, já foram registrados 119 acidentes, sendo 76 com vítimas. Imprudência e falta de respeito às leis são consideradas as principais causas do aumento
*Colaboração
1/6/2011
Juiz de Fora registra 119 acidentes de trânsito com motocicleta nos cinco primeiros meses deste ano, sendo que 76 com vítimas. O número é 153% maior que o registrado no mesmo período em 2010. Segundo os dados da Polícia Militar (PM), no ano passado, foram 47 acidentes, destes 36 foram com vítimas.
Abril foi o mês recorde em acidentes com motos. Foram 43 ocorrências. Em maio, o número caiu para 23. Em janeiro, fevereiro e março, foram registrados 12, 17 e 24, respectivamente. Em 2010, o mês de abril também liderou as ocorrências, contabilizando 11 acidentes. Nos outros meses do ano, foram nove acidentes.
Segundo o especialista em trânsito e membro do Conselho Municipal de Segurança e Educação no Trânsito (Comset), José Luiz Britto Bastos, o crescimento nos acidentes deve-se, principalmente, à imprudência dos próprios condutores de moto. "A maior causa é a falta de respeito às normas de trânsito, por parte dos próprios motociclistas. É comum vermos alguns deles excedendo a velocidade, desrespeitando placas, avançando sinal, entre outras imprudências ."
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Bastos afirma que, desses acidentes, a maioria é causada por motoboys. "Não sou contra os motoboys, mas muitos deles desrespeitam as leis. Alguns chegam até a mudar o escapamento para fazer mais barulho e intimidar o pedestre. Sou contra esse tipo de comportamento."
O presidente da Associação dos Motoboys de Juiz de Fora, Antônio Carlos Lourenço, argumenta que a categoria está mais vulnerável aos acidentes por ficar o dia todo no trânsito. Ele discorda do fato de os motoboys serem os principais causadores de acidentes. "Existem alguns que são imprudentes, assim como existem motoristas, taxistas e pedestres imprudentes." Para ele, há falta de respeito entre os usuários das vias. Lourenço ainda comenta que a troca do escapamento é uma prática proibida e que a associação repudia qualquer ação de desrespeito à lei.
Campanhas educativas
Bastos comenta que para uma engenharia de trânsito ter sucesso é preciso a colaboração dos usuários. Para ele, as campanhas educativas devem ser realizadas já na escola para que, no futuro, o trânsito seja menos perigoso. "É preciso formar pessoas com consciência do trânsito. Começar educando os pequenos vai nos proporcionar um trânsito muito melhor." O especialista acrescenta que a maior parte das vias de Juiz de Fora está correta, em relação ao que foi programado pela engenharia de trânsito, mas ainda, falta a consciência dos usuários.
O presidente da Associação dos Motoboys também acredita que a solução para a queda no número de acidentes está na educação. "A melhor forma de mudar esse cenário é educando, é ensinando direção defensiva e mostrando para os motoristas os perigos do trânsito."
Conscientização e fiscalização
Para Bastos, ressalta que além das educação, é preciso ter mais fiscalização. "Campanhas educativas não têm resultado para as pessoas que já estão no trânsito, pois essas acham que a lei nunca vale para elas. É preciso fiscalizar e punir para haver alterações em curto prazo."
Na opinião do especialista, a fiscalização ainda é deficiente. "Colocar lombada é importante, mas isso já é retrógrado. Temos que colocar radares para controlar a velocidade. A fiscalização ainda é muito pequena, se comparada ao volume de trânsito."
*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
Comentários
Sou motociclista com razoável experiência. Tenho cinquenta e cinco anos e até agora estou vivo e inteiro, graças a Deus nunca sofri um acidente. Na minha opinião falta literatura especializada em motociclismo. Os jovens pilotam por instinto, quando na verdade o trabalho de pilotar uma motocicleta é cerebral, isento de emoções e de impulsos. Falta também orientação por parte da polícia, tanto para os motociclistas quanto para os motoristas. Já tive que parar e encostar minha moto à noite muitas vezes, principalmente com chuva, porque o carro que vinha atrás de mim estava somente com as lanternas acesas. Nessa situação o motociclista fica sem referência, porque ele simplesmente não enxerga o perigo atrás (o automóvel). E ao mesmo tempo o motorista pode atropelar o motociclista porque a iluminação do seu veículo é deficiente. Esse tipo de desobediência às leis de trânsito nem sempre se pratica por maldade ou leviandade, m as sim por ignorância pura e simples. Infelizmente ainda é fácil de se obter uma habilitação (moto ou carro) no Brasil. Quanto aos motoboys, eles deveriam ter uma legislação trabalhista especial. Jamais se deve pilotar uma motocicleta estressado, cansado, ou mesmo debilitado por uma simples gripe.
Roberto F. Ramalho
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