Servidores do Estado batem de frente com o governo e decidem pela continuidade da greve

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Quarta-feira, 8 de junho de 2011, atualizada às 18h55

Servidores do Estado batem de frente com o governo e decidem pela continuidade da greve

Aline Furtado
Repórter

Policiais civis e professores do Estado de Minas Gerais reuniram-se em assembleia estadual, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira, 8 de junho, quando decidiram pela continuidade do movimento de greve, deflagrado no dia 10 de maio. Também nesta quarta-feira, policiais e bombeiros militares do Estado estiveram reunidos em assembleia, realizada na capital, quando acenaram para a possibilidade de acordo com o governo.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Regional Zona da Mata (Sindpol), Marcelo Armstrong, a categoria decidiu por dar prosseguimento à greve devido à dificuldade de negociação com o governo do Estado. "Não voltaremos enquanto o governo não sinalizar com relação à negociação do subsídio."

A categoria rejeitou a proposta do governo de reajuste salarial de 72%, os quais seriam divididos em seis parcelas a serem pagas até 2015. Segundo o cronograma, 7% dos 72% seriam pagos a partir de dezembro deste ano, 10% pagos em outubro de 2012, 13% pagos em agosto de 2013, 15% pagos em junho de 2014, 12% pagos em dezembro de 2012 e 15% pagos em abril de 2015. Além da necessidade de contratação de novos servidores com a abertura de concursos públicos, a categoria busca melhorias salariais e melhores condições de trabalho.

Professores

Os professores da rede estadual também realizaram, nesta quarta, 8, assembleias estadual e locais. Os trabalhadores, que deflagraram, nesta quarta, greve por tempo indeterminado, decidiram por dar continuidade ao movimento. "Não tivemos, desde o início da nossa luta salarial deste ano, nenhuma resposta concreta por parte do governo. Estamos aguardando futuras negociações", destacou a diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) local, Yara Aquino.

A classe luta pelo cumprimento do piso salarial de R$ 1.597 referente ao cumprimento de 24 horas semanais, pela realização de concurso público, além de reivindicar melhorias na estrutura das escolas estaduais. Segundo Yara, cerca de cinco mil professores aderiram ao movimento em Juiz de Fora e na região. Com isso, aproximadamente 50 mil estão sem aula.

PM e bombeiros

A proposta apresentada pelo governo aos policiais civis foi direcionada, ainda, aos policiais e bombeiros militares do Estado. Parte da categoria mostrou-se satisfeita, durante assembleia realizada nesta quarta, 8, na capital, com o reajuste de 72% dividido em seis parcelas a serem pagas até o ano de 2015. Entretanto, outra parcela da categoria mostrou-se insatisfeita, defendendo, inclusive, o início do movimento de greve.

Segundo o diretor regional Juiz de Fora da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-PM/BM), sargento Devanir Pereira, a associação acredita que os valores podem ser melhorados, não sendo necessário, por enquanto, radicalizar o movimento.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken