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Secretário apresenta cálculo do reajuste de 10% nas corridas de táxi
Aumento passa a vigorar a partir de 1º de abril. Com o reajuste, preço da bandeirada passa de R$ 3,50 para R$ 3,85
Repórter
29/3/2012
Numa audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira, 29 de março, o secretário de Transporte e Trânsito, Márcio Gomes Bastos apresentou a planilha de cálculo tarifário que foi utilizada para definir o reajuste no preço do serviço de táxi em Juiz de Fora. A exposição atende a Lei 11.755, de autoria do vereador Julio Gasparette (PMDB).
A partir do próximo domingo, 1º de abril, o preço da bandeirada e o valor cobrado pelos quilômetros rodados vão ficar 10% mais caros, valor superior ao Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que é 5,84%. O aumento foi aprovado pelo Conselho de Transportes no dia 19 de março.
Segundo Bastos, a Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) analisou três metodologias antes de promover a revisão do cálculo tarifário: a da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a de Belo Horizonte e a de Uberlândia. Após essa análise e levando em consideração reivindicações da categoria, houve a inclusão de novos itens que incidem na planilha. Casos das despesas com uniforme (seis por ano), com lavagem e limpeza (uma lavagem geral e 20 duchas por mês), com pintura, com repintura e envelopamento, e com taxímetro e bigorrilho, bem como em relação a peças e acessórios que, de acordo com a ANTP, é de 70% do custo com combustível.
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Itens previstos na planilha foram revisados, caso do salário da categoria (passou de R$ 681 para R$ 1.027), combustível (para efeito de cálculo, a quilometragem percorrida com um litro de gasolina passou de 8 km para 8,5 km), lubrificantes (de 1 litro a cada 2 mil quilômetros para 1 litro a cada 1.666 quilômetros), pneus (vida útil passou de 27 mil quilômetros para 23.500 quilômetros, sem possibilidade de recapeamento), e depreciação do veículo (de 13 anos para 8 anos, respeitando termo de ajustamento de conduta). "Essa é uma metodologia mais adequada e com uma remuneração mais apropriada para os profissionais", expôs o secretário.
O reajuste também foi embasado em pequisa de parâmetros operacionais realizada por técnicos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O estudo mostrou que o coeficiente de ocupação da frota é de 54%, que o percurso médio mensal percorrido é de 2.795 quilômetros, enquanto o número médio de viagens é de 377 a cada 30 dias.
Com o aumento de 10%, o valor da bandeira passará para R$ 3,85, enquanto que o valor do quilômetro na bandeira 1 será de R$ 1,92 e na bandeira 2 de R$ 2,30. O preço da hora parada subiu para R$ 17,20.
De acordo com Bastos, ainda em abril todos os táxis da cidade receberão um adesivo com números de telefone onde os usuários poderão realizar reclamações. Os números já estão em funcionamento: (32) 3690-8218 (Serviço de Orientação aos Usuários) e (32) 3690-7400 (para queixas aos finais de semana e feriados). Um terceiro número, que ligará o usuário diretamente ao Procon, estará em funcionamento a partir de abril.
Gasparette lamenta esvaziamento
O vereador Júlio Gasparette (PMDB), um dos quatro que estavam presentes à audiência pública no início da audiência — os outros eram Tico-Tico (PP), José Emanuel (PSC) e Pastor Carlos Bonifácio (PRB) —, lamentou a ausência de público na reunião. Ele destacou que os serviços de táxi têm sofrido constantes melhoras. José Emanuel propôs que os taxistas de veículos adaptados cobrem bandeira 2 no atendimento, uma vez que o custo de manutenção é mais alto. Solicitou ainda um estudo à Settra para que os taxistas possam utilizar as baias de ônibus que estão sendo construídas na avenida Rio Branco para o embarque e desembarque de passageiros, o que ele acredita que ajudaria o trânsito nas pistas laterais, proposta que foi enfatizada por Gasparette.
Sindicato prevê queda no número de corridas
De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas, José Aparecido da Silva, a categoria ficou satisfeita com o índice de 10%. "Acho que o reajuste é justo e a classe aceitou. Espero que a gente consiga manter a qualidade dos veículos", diz. Ele revelou ainda que acredita em uma queda inicial no uso dos táxis em razão do reajuste. Entretanto, espera que aos poucos a procura volte ao normal.
Sobre as reclamações relacionadas ao serviço, como a dificuldade de encontrar carros em determinados horários, Silva destacou que este é um problema não só de Juiz de Fora, já que os passageiros de todo o Brasil precisam esperar nos horários de pico.
Os textos são revisados por Mariana Benicá