Necessidade de revitalização de feiras livres é apontada na Câmara

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Necessidade de revitalização de feiras livres é apontada na Câmara

Feirantes cobram a construção de banheiros e mostram-se preocupados em relação à avenida Brasil, que poderia ser impactada pelas obras viárias anunciadas

Thiago Stephan
Repórter
27/6/2012

Audiência pública na tarde desta quarta-feira, 27 de junho, discutiu a situação das feiras livres de Juiz de Fora, sobretudo a da avenida Brasil. Convocada pelo vereador Wanderson Castelar (PT), a iniciativa teve como objetivo buscar caminhos para a revitalização e modernização destes espaços.

Em sua fala, Castelar revelou ter pesquisado projetos de sucesso em outras cidades, destacando o de São Bernardo do Campo (SP), onde a feira é realizada em horário alternativo, entre 18h e 23h. Outro objetivo do proponente é garantir o papel cultural e histórico das feiras. Passam a cada domingo na feiras livres da avenida Brasil cerca de dez mil pessoas, além dos mil trabalhadores.

O vereador petista também transmitiu aos representantes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) presentes à audiência a preocupação da categoria em relação às obras viárias anunciadas pela atual administração, já que, caso sejam realizadas, parte do fluxo da avenida Francisco Bernardino seria desviado para a região da avenida Brasil. Inclusive, o projeto prevê a construção de uma ponte na altura do Terreirão do Samba.

Em relação a este questionamento, o chefe do Departamento de Fiscalização da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), Jorge Lima, esclareceu que o possível impacto passará por estudo. "Com relação às obras viárias, não ficou definido o que poderemos ter de conflito entre a circulação de veículos e a feira. Serão estudadas alternativas e apresentadas aos feirantes", disse, não citando o impacto que as obras teriam diretamente na feira da avenida Brasil. O assessor do secretário de Obras (SO), Jefferson Rodrigues, Renato Dantas, garantiu que a categoria será ouvida. "Me coloco à disposição para pegarmos os projetos e fazermos adequações para contemplar os feirantes", garantiu.

Um dos pontos mais criticados pelos feirantes presentes à audiência diz respeito à falta de banheiros naquela região. Representante da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA), Marcel Fernandes, afirmou que na próxima segunda-feira, 2, às 15h, serão entregues aos feirantes novas lonas e saias para padronizar as barracas. Em relação aos banheiros, chegou a rebater as críticas ao afirmar que o espaço conta com banheiro químicos, mas foi, em seguida, interpelado pelo vereador Roberto Cupolillo (PT). "Pelo que posso perceber, a feira livre da avenida Brasil funciona da mesma maneira há 60 anos. Sobre os banheiros químicos, eles não oferecem meios de feirantes e população lavarem as mãos, gerando um problema de saúde pública", expõe.

Outra questão levantada durante a audiência pública foi o fato de carretas vindas de outras cidades acessarem aquela região, causando transtorno aos feirantes, pedestres e também para o trânsito do entorno. Sobre este assunto, Lima destacou que só ocorre devido à falta de respeito à sinalização, que existe, e sobre manutenção constante. Esta também seria a mesma causa de motoristas estacionarem os veículos em locais inadequados.

O vereador Júlio Gasparette (PMDB) presidiu a sessão. Em sua fala, criticou a ausência de mobilização da categoria para cobrar as melhorias para as feiras. "A gente não vê união por parte dos feirantes para cobrar da Prefeitura, principalmente em relação aos banheiros. Acho que os governos municipais têm olhado pouco para os feirantes, mas é preciso união da categoria", afirma. O problema da falta de união da categoria também foi ressaltada por outros oradores que estiveram na audiência pública.

Em sua fala, o vereador Flávio Cheker (PT) destacou a importância das feiras livres para a agricultura familiar de Juiz de Fora, argumentando que os produtores locais deveriam ser prestigiados pela Prefeitura, por exemplo, em relação ao Restaurante Popular. Fernandes respondeu que, para isso, é preciso que os produtores rurais se organizem.

Os textos são revisados por Mariana Benicá