Feira solidória reúne cerca de 50 artesãos da região de JF
Feira solidária reúne cerca de 50 artesãos da região de JF
Evento que ocorre até quinta-feira, 11, é organizado por associações que utilizam, além o dinheiro, o sistema de troca de mercadorias
Repórter
9/10/2012
Bonecas, enfeites, sabonetes, tapetes, bijuterias, bolsas, doces e até móveis. Isto é apenas uma pequena parte do que pode ser encontrado na 3ª Feira Municipal de Economia Solidária de Juiz de Fora, que ocorre até quinta-feira, 11 de outubro, na praça do Riachuelo, em frente ao Santa Cruz Shopping, no Centro, das 9h às 18h.
O evento promovido pelo Fórum Regional de Economia Solidária tem como objetivos os trabalhos e a filosofia dos artesãos que fazem parte desta associação, como explica um dos organizadores da feira, Paulo Cézar Oliveira. "O movimento de economia solidária vai além do artesanato. Queremos mostrar aqui que nosso trabalho apresenta uma maneira alternativa de entendimento sobre economia. Aqui não utilizamos somente o dinheiro como moeda, mas também trabalhamos com trocas. Queremos mostrar que o dinheiro não manda em tudo. Por exemplo, se um pedreiro gostar de uma peça da feira e quiser levá-la através do trabalho dele, isso pode ser feito, desde que, o artesão aceite o trabalho que ele oferece."
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A feira conta com 47 expositores de Juiz de Fora, Barbacena e Bias Fortes. Entre eles está a biasfortense Josiane Sales da Silva, que além de vender seus produtos, também utiliza o método de troca. "É a segunda vez que participo da feira e acho excelente, pois além das vendas, consigo divulgar meus produtos e muitas vezes realizo a troca de mercadorias."
Outro que também apoia este método de troca é o artesão Chico Preto. "Acho lindo o que praticamos aqui. Acredito que este escambo deve ser cada vez mais incentivado no mercado. Só assim começaremos a valorizar mais este trabalho."
A juiz-forana Eliana de Fátima Dias afirma que o sistema desenvolvido pelo Fórum Regional de Economia Solidária faz com que os artesãos consigam uma troca de experiência e recursos para se manterem. "Depois que me associei à Feira Solidária, minha renda melhorou muito, sem contar a lição de vida que aprendemos todos os dias aqui," afirma a também professora, que explica como funciona o esquema das associações que participam da feira. "Todo o dinheiro que conseguimos na feira é revertido na compra de materiais para a associação. Quando alguém confecciona um objeto com o material da associação, dividimos o valor da venda ao meio. Mas quando a pessoa produz o objeto com material próprio, 90% do dinheiro é dela e 10% da associação."
Para todos os gostos e preços
Como a feira utiliza um método de economia diferenciado, ela possui preços muito atrativos, como o da artesã Regina Loreiro, que consegue vender bijuterias por R$ 2,99. "Muitas pessoas me perguntam como consigo vender minhas mercadorias por este preço e é simples: com o aproveitamento de materiais e criatividade. Se aliarmos isso, conseguimos produzir uma peça barata, de qualidade e bom gosto."
Preocupação com o meio ambiente
A barbacenense Arlene Saldanha Alves trabalha há nove anos com materiais reaproveitados para confeccionar suas peças, que vão desde caixas de bijuterias até oratórios. "Utilizo todo tipo de material em minhas obras, como anel de latinha de alumínio, chaves velhas, fichas telefônicas e muito mais. Acredito que assim estou fazendo uma bela peça e, ao mesmo tempo, despoluindo o planeta."
Fora do Eixo
Na quinta-feira, 11, a Feira Solidária terá a participação do circuito Fora do Eixo, uma rede de trabalho existente em mais de cem pontos do país. "Neste dia, os integrantes de Juiz de Fora irão promover um debate das questões relacionadas à livre produção cultural. Este debate será transmitido ao vivo pela Internet," explica Oliveira.
O organizador destaca que o circuito Fora do Eixo realiza uma série de ações estruturantes com foco nos setores de comunicação livre, distribuição, circulação, linguagens artísticas, sustentabilidade, economia solidária e políticas culturais.