Funcionamento do trem turêstico Pai da Aviação segue indefinido

Por

Funcionamento do trem tur?stico Pai da Avia??o segue indefinido

Paralisado há dois meses, funcionamento do trem turístico Pai da Aviação segue incerto

A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público afirma que o veículo está pronto para começar a operar. Locomotiva tem capacidade para 80 pessoas

Edwards Junior
*Colaboração
28/11/2012

O trem turístico Pai da Aviação, o primeiro da Zona da Mata mineira, está paralisado há cerca de dois meses, e conta com a mobilização de seus organizadores para o início do seu funcionamento. Em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Santos Dumont, na última terça-feira, 27 de novembro, foi discutida a paralisação do veículo, os prejuízos causados pela falta de funcionamento e as maneiras de colocar o projeto em prática. Estiveram presentes autoridades e habitantes do município, além de representantes da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - Movimento Nacional Amigos do Trem. Uma ausência sentida no encontro foi a de um representante da MRS Logística, convocado para a audiência.

No debate, o presidente da OSCIP, Paulo Henrique do Nascimento, destacou que "os empecilhos divulgados em documento oficial pela Gerência de Melhorias e Normatização Operacional (GMNO) da MRS são baseados em inverdades, e foram considerados não negociáveis pela empresa". Segundo o presidente, a paralisação se deve a impasses com a GMNO da MRS Logística, que tem a concessão das linhas ferroviárias federais por onde o trem circularia.

Ressaltando o envolvimento da população de Santos Dumont e das diversas empresas que apoiam a ativação do trem Pai da Aviação, além do poder público, Nascimento afirma que a postura do órgão da empresa ferroviária "é absurda. Pois trata-se de um patrimônio público, e o interesse do povo deve, sempre, falar mais alto do que o particular." Com isso, ele espera que seja possível um contato com o membro da empresa, para uma discussão sobre o assunto.

O projeto

Para que o trem volte a operar, foi elaborado um projeto pela OSCIP Movimento Nacional Amigos do Trem, em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e as Universidades Federais de Juiz de Fora (UFJF) e Viçosa (UFV). O plano faz parte do Programa Nacional de Revitalização das Ferrovias do Ministério dos Transportes. Empresas de todo o país doaram equipamentos para a realização do projeto, que também contou com o trabalho voluntário de profissionais da área ferroviária.

Segundo informações da OSCIP Movimento Nacional Amigos do Trem, atualmente, o trem, que tem capacidade para 80 passageiros, podendo aumentar no futuro, encontra-se preparado para iniciar suas viagens, e o planejamento do trajeto do mesmo seria dividido em três etapas, da seguinte maneira: primeiramente, seria realizado um percurso de cerca de 20 quilômetros, na cidade de Santos Dumont, saindo do Centro e seguindo até a fazenda Cabangu, onde nasceu Alberto Santos Dumont, considerado o pai da aviação. Nesse roteiro, estão previstas duas viagens, incluindo ida e volta, nos sábados, domingos e feriados, com partida nos horários das 9h e 14h.

Com o bom funcionamento desta primeira fase, e com o apoio do poder público das cidades vizinhas, o trajeto se estenderia até Juiz de Fora, totalizando 69 quilômetros. E, com o avanço, seria implantado o trajeto completo, entre Matias Barbosa e Barbacena, totalizando 125 quilômetros. Segundo a própria OSCIP, eles estariam buscando se reunir com o prefeito eleito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, para buscar apoio.

Sem prazos 

Por e-mail, a assessoria da MRS Logística informou que "A MRS, em cumprimento às regras operacionais, exige que sistemas de controle de trafego e de segurança sejam instalados nas composições que trafegam em sua linha férrea. Sem a instalação dos equipamentos necessários e a homologação da MRS, não é possível trafegar em qualquer de nossos trechos." 

*Edwards Junior é estudante do 6º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Juliana França

projeto propriamente dito foi a realização de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Gestão (EVTE), viabilizado através de recursos liberados pelo Ministério dos Transportes e do convênio firmado entre as citadas OSCIP e Universidades