Maioria dos casos de afogamento ocorre nos primeiros meses do ano

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Maioria dos casos de afogamento ocorre nos primeiros meses do ano
Terça-feira, 8 de janeiro de 2013, atualizada às 18h50

Maioria dos casos de afogamento ocorre nos primeiros meses do ano

Andréa Moreira
Repórter

Com a chegada do verão, aumenta a frequência das pessoas nos clubes, rios e lagoas, com o objetivo de se refrescarem. Porém, é nesta época que mais ocorrem afogamentos, como afirma o assessor de comunicação do 4º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), capitão Marcos Moreira Santiago. "Quase 50% dos afogamentos acontecem nos meses de janeiro, fevereiro e março. Principalmente no período do Carnaval, que é quando algumas pessoas ingerem bebidas alcoólicas e vão nadar, o que é totalmente inadequado."

Em 2013, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais já registrou 18 mortes por afogamento no Estado, sendo que três ocorreram no último domingo, 6 de janeiro, no Rio Piranga, próximo à cidade de Conselheiro Lafaiete. No episódio, morreram três irmãs de 11, 13 e 20 anos. Como o batalhão de Lafaiete pertence à corporação de Juiz de Fora, fica registrado no 4º BBM. "Este ano ainda não registramos nenhum afogamento em Juiz de Fora ou nas localidades próximas," ressalta o capitão Santiago, lembrando que, em 2011, foram registrados 31 afogamentos na região e, no ano passado, 40.

Outro dado revelado pelo capitão refere-se à faixa etária das vítimas. "Não posso precisar uma porcentagem, mas a maioria dos afogamentos acontece com pessoas de até 30 anos de idade." Santiago também alerta para que os pais e responsáveis redobrem o cuidado com as crianças. "Temos muitos casos de crianças que se afogam em bacias, tanques ou baldes. Isso acontece porque a criança se inclina para observar a água e não consegue se reerguer, o que ocasiona o afogamento. Por isso, nunca devemos deixar crianças sozinhas."

Causas

Um dos principais motivos dos afogamentos é o excesso de confiança das pessoas, o que faz com que, muitas vezes, elas mergulhem em locais que não conhecem, podendo se ferir gravemente. "Pular de locais altos é muito perigoso. Os nadadores podem até imaginar que conhecem o local, mas pode surgir um pedaço de madeira ou até mesmo a lama, o que pode gerar desespero e um consequente afogamento. Alguns locais inundados podem esconder pedras e até mesmo cercas. Neste caso, além dos afogamentos a pessoa pode ter uma lesão na coluna e até mesmo morrer," destaca capitão Santiago.

Tentar salvar as pessoas que estão afogando também está na lista das principais causas. "Existe uma técnica específica para salvar as pessoas que estão se afogando. Se a pessoa não conhecer o procedimento correto, o indicado é tentar salvar a vítima com algum extensor, como pedaço de madeira ou corda. Jogar uma bola ou estepe do carro também são opções, pois o afogado pode se segurar nestes objetos e não afundar. Somente depois que a vítima estiver calma é que ela deve ser trazida para a margem," explica capitão Santiago.

Mesmo após o salvamento, a pessoa deve ligar para o Corpo de Bombeiros, através do número 193, para tomar as devidas providências. "Em alguns casos, a pessoa pode ter uma parada cardiorrespiratória e os bombeiros podem orientar a respeito do procedimento correto até a chegada do socorro," afirma o capitão, lembrando, ainda, que qualquer vítima de afogamento deve ser encaminhada a um hospital para realizar os exames necessários.

Confira as dicas para evitar afogamentos

  • Nunca tire os equipamentos de segurança nem mergulhe em águas desconhecidas;
  • Obedeça a sinalização nas praias, represas e rios;
  • Nunca entre na água após as refeições. Quando estiver na praia ou pescando num rio, coma somente alimentos leves e beba moderadamente. Dessa maneira, não terá congestão nem perderá o equilíbrio;
  • Não deixe crianças pequenas e que não sabem nadar brincarem sozinhas na praia, na beira de rios, nos lagos, nas piscinas e até mesmo em casa;
  • Nunca nade sozinho;
  • Não tome bebida alcoólica;
  • Não se afaste da margem;
  • Não salte de locais elevados para dentro da água;
  • Não tente salvar pessoas em afogamento sem estar devidamente habilitado;
  • Prefira lançar flutuadores para salvar pessoas ao invés da ação corpo a corpo;
  • Identifique nas proximidades a existência do guarda-vidas e permaneça próximo a ele;
  • Evite brincadeiras  como caldos, trotes e saltos;
  • Não abuse se aventurando perigosamente;
  • Não deixe as crianças sozinhas.

Os textos são revisados por Juliana França