Motoristas e cobradores protestam em frente ao Ministário do Trabalho

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Motoristas e cobradores protestam em frente ao Minist?rio do Trabalho

Motoristas e cobradores protestam em frente ao Ministério do Trabalho

Funcionários acompanharam de perto mais uma rodada de negociações sobre o reajuste salarial. O impasse permanece

Andréa Moreira
Repórter
26/2/2013

Centenas de motoristas e cobradores ocuparam a frente do Ministério do Trabalho na tarde desta terça-feira, 26 de fevereiro, para acompanhar mais uma rodada de negociação sobre o reajuste salarial da classe. Mesmo com a pressão dos trabalhadores ainda não foi desta vez que os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro) e da Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) chegaram a um acordo. Durante a reunião, houve um recuo por parte do Sinttro, já que a proposta salarial inicialmente apresentada foi de R$ 1.800 para motorista e R$ 1.080 para cobrador. "Não queremos ser acusados de intransigência, por isso apresentamos uma nova proposta salarial de R$ 1.695 para os motoristas e de R$ 1.017 para os cobradores," explica o presidente do sindicato, Adilson Antônio Rezende.

Mesmo com a redução, os representantes da Astransp continuam com a proposta apresentada inicialmente, que é de 6,63%, índice que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período de 31 de janeiro de 2012 a 1º de fevereiro de 2013. "O valor que eles pedem ainda é muito aquém da nossa realidade. Esses números representam um aumento de 28% sobre os salários dos motoristas e 54% sobre os vencimentos dos cobradores, ou seja, muito além da inflação registrada," ressalta o presidente da Astransp, Fernando Goretti. 

Já para o chefe do Setor de Relações do Ministério do Trabalho, Sérgio Tatsuo Nagasawa, mesmo com o impasse, a reunião foi proveitosa. "Toda reunião tem um avanço e esta não foi diferente." Ainda de acordo com o mediador, uma nova reunião foi marcada para a próxima sexta-feira, 1º de março, às 15h30.

Possibilidade de greve

Segundo o presidente do Sinttro, esta será a última reunião para tratar sobre o reajuste e, caso a nova proposta não seja aceita, a categoria irá deflagrar greve a partir da próxima semana. "Qualquer um centavo a menos apresentado pela Astransp será motivo para entrarmos em greve. Para isso, vamos seguir todos os trâmites legais, ou seja, iremos fazer a comunicação 72 horas antes e realizar uma assembleia," destaca Rezende, afirmando, ainda, que devido aos prazos legais que o sindicato irá seguir, a greve deve ser deflagrada na próxima segunda,4, ou terça-feira, 5. "Agora só depende da Astransp. Claro que se eles acatarem nossa exigência, não seremos irresponsáveis de paralisar os serviços."

Aumento da passagem

Para o presidente da Astranp, acatar esse reajuste salarial irá impactar diretamente no valor da passagem de ônibus. "O nosso gasto com a planilha pessoal é de 50%, além disso, enfrentamos dois aumentos de óleo diesel, então, para elevarmos os salários, teremos que aumentar a passagem," ressalta Goretti.

Entretanto, Rezende rebate esta afirmação e afirma que se o valor da passagem fosse atrelada aos salários dos funcionários, o usuário pagaria apenas R$ 1. "Querem que a sociedade pense que só aumentando a passagem é possível conceder nosso aumento. Mas isso não é verdade, afinal, atualmente, os cobradores de Juiz de Fora recebem menos que um salário mínimo, o que, diga-se de passagem, é inconstitucional."