Manifestantes fecham as principais vias de Juiz de Fora

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Manifestantes fecham as principais vias de Juiz de Fora

Manifestantes fecham as principais vias de Juiz de Fora e cruzam os braços

Dia Nacional de Mobilização e Paralisação dura mais de dez horas na cidade

Jorge Júnior
Editor
30/08/2013

O Dia Nacional de Mobilização e Paralisação em Juiz de Fora durou mais dez horas de intensas ações na cidade (assista ao vídeo). Por volta das 7h30, desta sexta-feira, 30 de agosto, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), além da Assembleia Nacional de Estudantes (ANEL), professores estaduais e municipais, metalúrgicos, bancários, servidores técnicos administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), funcionários têxteis, representantes da construção civil e da Justiça, concentraram-se em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora, de onde saíram cerca de 60 pessoas para a BR-040, que ficou fechada por aproximadamente duas horas.

O ato, além de celebrar o 30º aniversário da CUT, ocorrido na última quarta-feira, 28, é um protesto contra o Projeto de Lei 4330/04 (PL) da terceirização. A atividade também visa reafirmar a pauta dos trabalhadores e a luta pelo fim do fator previdenciário; redução da jornada para 40 horas sem redução salarial; valorização das aposentadorias; 10% do PIB para a educação; 10% do orçamento da União para a saúde; transporte público de qualidade; reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.

De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL 4330/04 libera a terceirização - inclusive na atividade principal da empresa, seja ela privada ou pública - e acaba com a responsabilidade solidária, na qual a contratante arca com as dívidas trabalhistas não pagas pela terceirizada.

BR-040 fechada

Segundo o diretor regional da CUT, Oleg Abramov, na rodovia, cerca de 200 manifestantes pararam o trânsito nos dois sentidos, na altura do quilômetro 800, na divisa da cidade com Matias Barbosa. No local, os manifestantes queimaram pneus e um longo engarrafamento se formou. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deslocou viaturas para o local, que determinou que o ato fosse finalizado. "Alguns motoristas ficaram exaltados com a ação e aos poucos fomos liberando o trânsito no acostamento", diz a presidente do sindicato dos têxteis, Maria de Fátima Lage.

"Conseguimos parar a BR-040. É uma conquista histórica. Estamos construindo a luta da classe trabalhadora para ajudar os próximos profissionais", comemora a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) em Juiz de Fora, Victória de Fátima de Mello. Segundo ela, cerca de 60% dos professores estaduais cruzaram os braços nesta sexta.

Trabalhadores da AlmavivA protestam

Enquanto a ação ocorria na BR-040, outros sindicalistas estavam na sede da empresa de call center AlmavivA do Brasil, localizada na rua Bernado Mascarenhas, no bairro Fábrica, que tem aproximadamente 3 mil funcionários. Por volta das 12h, aproximadamente 400 trabalhadores pararam as atividades na empresa e fecharam a via (ver galeria). "Liberamos o trânsito algumas vezes, mas a rua ficou fechada por quase duas horas", completa Maria de Fátima.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas (Sinttel) de Juiz de Fora, Thaís Pereira, os funcionários da AlmavivA cumprem uma jornada de mais de seis horas de trabalho. "Eles fazem seis horas e vinte minutos, ou seja, o intervalo que eles têm direito de 20 minutos, eles acabam pagando. Além disso, os colaboradores sofrem assédio moral e a empresa não tem qualidade de trabalho. O banheiro, por exemplo, sempre está sempre sujo e falta água nos bebedouros", afirma.

Após as conversas com os funcionários, foi formada uma comissão com 15 trabalhadores, que se dirigiram até o Ministério Público, onde foi entregue um dossiê, apontando as irregularidades da instituição. "Na segunda-feira [2 de setembro] vamos retornar ao órgão para dar andamento ao processo", diz Thaís.

Conforme o coordenador-geral do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), Flávio Bitarello, o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, mostra que as Centrais Sindicais estão levantando, em conjunto, as bandeiras que "nos unificam. O Projeto PL 4330/04 não pode passar. Caso isso aconteça, temos que fazer uma greve geral. Este dia marca a união da classe trabalhadora."

Vias do Centro ficam paradas

Às 15h, conforme havia sido adiantado, os manifestantes voltaram para o Parque Halfeld e seguiram pela avenida Rio Branco. A via ficou parada durante dez minutos, logo em seguida, cerca de cem pessoas desceram o Calçadão da rua Halfeld e fecharam a avenida Getúlio Vargas. Os protestos seguiram até a Praça Antônio Carlos. Por volta das 18h, houve a dispersão dos manifestantes. Somente o autoatendimento das agências bancárias da cidade funcionaram.

Os servidores da ativa e aposentados da Justiça Militar, Justiça do Trabalho, Justiça Federal e Justiça Eleitoral de Juiz de Fora também protestaram. A concentração aconteceu em frente à Justiça do Trabalho, na avenida Rio Branco. De acordo com o coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (FENAJUFE), Alexandre Magnus, os servidores pediram mais empenho da FENAJUFE contra os projetos separatistas da categoria.