Vereador de Juiz de Fora é detido durante a madrugada
Vereador de Juiz de Fora é detido durante a madrugada
Wanderson Castelar (PT) foi detido pelos crimes de desacato e desobediência
Repórter
Uma confusão envolveu um vereador de Juiz de Fora na madrugada desta terça-feira, 11 de março. Segundo informações do boletim de ocorrência (BO), Wanderson Castelar (PT) foi detido por volta de 1h30 na avenida Barão do Rio Branco, quase na esquina com a rua Benjamin Constant, após desacatar e agredir um sargento da Polícia Militar (PM). Segundo consta no BO, o motivo da detenção foi o crime de resistência.
De acordo com a versão apresentada pelos policiais, um casal foi visto dentro de um Gol branco, estacionado na pista da Rio Branco. Eles saíram do veículo e caminhavam sentido mergulhão, quando a PM os abordou. Os policiais pediram para que o vereador se identificasse e ele se recusou. Em seguida, ele entregou o documento e elevou o tom, se recusando a aguardar a consulta no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom). Diante da recusa, os policiais deram voz de prisão a Castelar, que agrediu os militares. Segundo o BO, foi necessário o uso de força física moderada para contê-lo. No boletim ainda consta que um oficial, ao tentar conter o autor, sofreu escoriações no braço esquerdo, na mão direita, e o outro escoriações no braço direito e no lábio inferior.
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A versão apresentada por Castelar, no entanto, é diferente. O vereador afirmou que o carro em que estava quebrou, e por isso, decidiu descer do veículo em busca de ajuda. Neste momento, um carro da PM vinha em alta velocidade e parou próximo ao local, exigindo a documentação e, segundo o vereador, de forma ríspida. "O sargento, que era o comandante da viatura, pediu que me identificasse, e prontamente eu segui a ordem. Só que eu estava no meio da rua, o semáforo abriu e eu atravessei, no momento em que ele fazia a conferência. O único gesto que poderia ser encarado como desacato foi quando ele exigiu que eu retornasse ao passeio em que ele estava e eu contrariei. Tenho que reconhecer isso. Ele se indignou, veio pra cima de mim, me deu uma gravata utilizando um cassetete e me jogou no chão, me asfixiando ao ponto dos próprios companheiros dele tiraram ele de cima de mim. Neste momento, ele me deu voz de prisão e disse que eu estava preso por desacato e me empurrou pro camburão. Eu resisti, naturalmente, disse que não era bandido e coisas do tipo. Não agredi ninguém. Em nenhum momento me utilizei da condição de vereador, apresentei minha carteira de identidade comum, porque é assim que eu ando na rua", afirma.
Taxistas que estavam parados na rua Benjamin Constant presenciaram o fato. Essa versão também é contestada por Castelar. "Os policiais se dirigiram ao ponto de táxi e fizeram uma tentativa para colher a testemunho dos taxistas. Poderiam ter cruzado a rua, estávamos a 10 metros do ponto de ônibus e tinha um grupo de populares que presenciou tudo. Mas optaram por ir aos taxistas por duas vezes. Na primeira não conseguiram. Na segunda, o próprio sargento, comandante da viatura, foi e conseguiu. Ele admitiu aos colegas que pressionou os taxistas para que testemunhassem a favor deles. Isso aumentou minha indignação", garante.
Ainda de acordo com o vereador, ele vai fazer uma representação civil contra o sargento envolvido na ocorrência e prestar queixa na ouvidoria da PM. Ele também vai prestar exame de corpo de delito, já que apresenta escoriações no cotovelo e dores nas costas e no pescoço.
O veículo foi notificado por estacionar na pista de rolamento. Castelar foi levado até à Delegacia de Plantão, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) com o compromisso de se apresentar ao Juizado Especial Criminal e foi liberado.