Skatistas de JF cobram atitudes para melhorar a prática na cidade

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Skatistas de JF cobram atitudes para melhorar a prática na cidade

Praticantes sofrem com assaltos e falta de infraestrutura das pistas existentes

Laura Lewer
*Colaboração
7/06/2014

Quatro assaltos nos últimos dois meses, dois deles com armas de fogo e, os outros dois, com facas. É por isso que têm passado os skatistas que adotaram como pista a rua sem saída localizada atrás do supermercado Carrefour, na avenida Barão do Rio Branco 5001. Sabendo da movimentação de jovens no local, duplas de assaltantes realizam a abordagem e levam chaves de carro, celulares e dinheiro.

De acordo com o skatista administrador do grupo do Facebook Carrefas Skate Club, com mais de 280 membros, Fábio Hauck, os Boletins de Ocorrência (B.O) foram feitos, mas nada mudou. "De vez em quando a Polícia Militar [PM] faz uma ronda, mas a situação continua. Falaram que iam aumentar a vigilância, mas nada foi feito e aindam reclamam quando andamos nas ruas do Centro", diz. Segundo Hauck, os assaltos normalmente ocorrem nos finais de semana, no período da tarde, e têm intimidado os praticantes. "Fazemos algumas filmagens lá e estamos parando com medo de que o pessoal possa perder os equipamentos."

De acordo com Brunner Lopes, representante da Associação Juiz-forana de Skate (AJS), a onda de assaltos também existe na rua Renato Dias, no bairro Bom Pastor. "Estamos orientando os skatistas mais novos a tirar foto de seus skates e, caso sejam roubados, postamos nas redes sociais para que tentem encontrar. A PM se defende, afirmando que nenhum pedido oficial de segurança foi feito.

Estrutura e skateatas

O problema dos skatistas de Juiz de Fora começa na infraestrutura oferecida para a prática da atividade. Hoje, constam na Prefeitura de Juiz de Fora 16 espaços dedicados ao esporte e outros três em construção/a serem construídos, mas, segundo Brunner, nenhum deles têm estrutura para aguentar a demanda atual. "Os lugares têm buracos, não têm iluminação ou foram construídos com as medidas erradas. Na pista do Vitorino Braga o abandono é total e já não atende o número de skatistas. A da UFJF, por exemplo, tem praticamente metade do tamanho da do Vitorino e tem dias que você encontra uma média de 40 skatistas dividindo o espaço", conta.

Motivados por essas questões, os praticantes da modalidade já realizaram três skateatas em Juiz de Fora. Nos eventos – que já levaram até 80 skatistas às ruas – eles aproveitam para reivindicar algumas questões. "Nos inspiramos nos modelos do Rio de Janeiro, que fazem um movimento super bem-sucedido, conseguindo inclusive a liberação da praça XV de Novembro para a prática do skate". Mais um evento será realizado para a comemoração do Dia Mundial do Skate, em 21 de junho.

Audiência

*Laura Lewer é estudante do 7º período de Jornalismo do CES/JF