Delegado deve pedir teste de sanidade mental de casal suspeito de matar Luana

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Sexta-feira, 8 de maio de 2015, atualizada às 12h26

Delegado deve pedir teste de sanidade mental de casal suspeito de matar Luana

O casal suspeito de torturar e matar friamente Luana Rocha da Silva, de 2 anos, será novamente interrogado na próxima terça-feira, 12 de maio. O delegado titular da delegacia da Polícia Civil Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, informa devido a frieza no comportamento da mãe, 25, e do padrasto, 28, será avaliado a necessidade do pedido de exame de sanidade mental ao juiz. "Durante toda a oitiva eles agiram com naturalidade, sem demonstrar arrependimento ou nervosismo. Uma equipe fez varredura na residência deles, no Granjas Bethânia, e nenhum vestígio de entorpecente ou bebida alcoólica foi encontrada. Eles mesmos tinham falado que fazem o uso de nenhuma substância", afirma.

Cerca de cinco parentes dos suspeitos foram ouvidos e os depoimentos apontaram que a mãe seria negligente na criação e cuidado da filha, sendo que o tio materno que cuidava junto com a esposa da criança. "O tio disse que precisou entregá-la a mãe pois não possuía autorização legal e como a mulher o procurou para pegar a menina, ele teve que devolvê-la. Ele ainda disse que teria entregado a criança para a morte. Tínhamos dúvidas quanto a suspeição da mãe estar envolvida no homicídio, mas testemunhas informaram que durante conversa com ela durante velório, não demonstrou nenhum sentimento de emoção ou tristeza e agia normalmente perto ou longe do marido, que seria supostamente o único suspeito do crime", explica o delegado.

Na próxima quarta-feira, 13, também será ouvido o pai de Luana. Também está sendo investigado o paradeiro de uma outra filha de dois meses, que conforme a mãe, teria sido entregue a uma pessoa, mas não informou quem era. As duas prisões provisórias foram ratificadas, sendo que a mulher está na Penitenciária Ariosvaldo campos Pires e o homem no Ceresp. O casal foi enquadrado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio insidioso ou cruel.

O caso

De acordo com informações preliminares do órgão, a mãe, 25, e o padrasto, 28, foram presos no velório da Luana Rocha da Silva e confessaram o crime. A menina havia sido examinada no Instituto Médico Legal (IML), na qual a médica legista constatou várias lesões internas pelo corpo da criança, principalmente, na parte craniana. A princípio a ocorrência foi inscrita como encontro de cadáver, mas devido as evidências, a legista acionou os investigadores, por volta das 10h, informando que seria um caso de morte com violência.

Conforme a polícia, a mãe informou que estava sentada com a criança na sala quando começou a discussão com o marido, que passou a agredir a menina com chutes. A mulher disse que ainda tentou evitar a agressão. Já sem vida ela foi levada para o Pronto Atendimento Infantil (PAI), na avenida dos Andradas, onde constataram o óbito e ao suspeitarem do crime, acionaram a polícia, mas só no IML que o laudo oficial da causa da morte confirmou, na manhã desta quinta, o crime.