Livros de colorir são terapia ou passatempo?

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Livros de colorir s?o terapia ou passatempo?

Livros de colorir são terapia ou passatempo?

Psicóloga afirma que técnica ajuda a aliviar estresse e ansiedade, mas nem todas as pessoas são beneficiadas com a prática

Angeliza Lopes
Repórter
8/07/2015

A febre dos cadernos de colorir tem ganhado força como atividade antiestresse em Juiz de Fora. Os traços, cores e formas se tornaram popular e quem passa pelas galerias do Centro consegue encontrar com facilidade edições com diversos temas nas bancas e livrarias. Os primeiros formatos que chegaram na cidade são o Jardim Secreto e Floresta Encantada, da ilustradora britânica Johanna Basford, que tem desenhos inspirados na sua infância e ainda são os mais vendidos. Estes livros já ultrapassam dois milhões de cópias e está no top 100 dos livros mais vendidos no Amazon. As versões são para adultos e se tornaram passatempo para quebrar a ansiedade, mas, além disso, veio como uma proposta lucrativa para livrarias e papelarias.

A gerente de uma livraria da rua Santa Rita, Carina Gleice Cardoso, conta que em maio os livros esgotavam logo que chegavam. "Agora tem reduzido a procura, mas ainda vendemos muito como livros antiestresse, principalmente o Jardim Secreto que nunca temos no estoque, pois chega e é todo vendido. Temos 15 opções de desenhos e temas", destaca.

Benefícios

Dedicar minutos do dia para preencher algumas formas com cores e sombreados pode ser opção para aliviar o estresse e ansiedades do dia a dia, mas a psicóloga e terapeuta cognitiva comportamental, Nayara Benevenuto, explica que estes benefícios não se aplicam a todas as pessoas. Ela destaca que as terapias cognitivas estimulam atividades que despertam prazer nas pessoas, como em casos de depressão, em que o paciente perdeu a sensibilidade em atividades que antes eram relaxantes e tranquilizadoras. "Mas é importante alertar que nem todas as pessoas podem se adaptar a este tipo de atividade. Temos pacientes que começaram a colorir e estavam em estado de ansiedade muito alto e não conseguiram se beneficiar, pois os desenhos possuem muitas informações e pedaços pequenos, causando mais estresse nestas pessoas".

Mas, conforme Nayara, isso depende de cada um, da mesma forma que a musicoterapia e dança beneficiam alguns pacientes que gostam, outros relaxam colorindo um livro. O importante é encontrar uma forma de aliviar o estresse e ansiedade. A psicóloga detalha que as figuras abstratas dos exemplares têm um porquê de serem desta forma. "Os formatos mais complexos possibilitam que a pessoa expresse todo o sentimento e pensamento, com as cores variadas. Mas o ideal mesmo é que ela esteja fazendo terapia, para que todo este trabalho seja avaliado e tenha um significado. Ou então, comece uma vida mental mais ativa, com avaliações diárias de suas reações, estado de humor, de ansiedade antes e depois da atividade", completa.

A estudante Sarah Rocha, de 16 anos, começou a colorir há três meses e avalia a atividade como uma forma de descarregar a ansiedade da rotina que está vivendo, com toda a pressão de provas e preparação para vestibular. "Acredito que colorir me ajuda muito. Quando eu começo, ligo uma playlist e parece que tudo que eu tenho que fazer se resume a isso. Eu me isolo de tudo. As coisas ficam mais fáceis quando a única preocupação do momento é que cor combina com a outra", destaca.