Pol?cia Civil faz reconstituição do caso Matheus Goldoni

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Pol?cia Civil faz reconstitui??o do caso Matheus Goldoni

Polícia Civil faz reconstituição do caso Matheus Goldoni

O processo será dividido em três fases: dentro da casa noturna, na Estrada Engenheiro Gentil Forn e na mata. As duas primeiras aconteceram nesta terça

Angeliza Lopes e Lucas Soares
Repórteres
24/11/2015

A reconstituição do crime que resultou na morte de Matheus Goldoni, de 18 anos, teve início por volta das 9h30, desta terça-feira, 24 de novembro, dentro da casa noturna, na estrada Engenheiro Gentil Forn, bairro São Pedro. Os dois seguranças da casa, um ex-segurança e o gerente operacional da noite, indiciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil, e o flanelinha, por falso testemunho, estiveram presentes. Eles optaram pela participação mesmo não sendo obrigados, conforme prevê a Constituição, por estarem sob investigação. A assessoria da boate explica que eles usaram máscaras, devido ao possível reconhecimento e divulgação de imagens, que podem resultar em represálias as famílias. Já as testemunhas intimadas são obrigadas a participação e não cobriram os rostos.

A reconstrução dos fatos foi dividida em três etapas. Na fase inicial, dentro da boate, não foi permitida a presença da imprensa ou pessoas que não estejam relacionadas ao processo. Logo, seguirão pelo trecho da Estrada Gentil Forn, por onde Matheus teria descido, momento em que os seguranças o seguiram. Já o momento final será dentro da mata, até a cachoeira onde o corpo da vítima foi encontrado. As duas primeiras etapas foram concluídas nesta terça-feira.

A reconstituição do crime foi um pedido feito promotor Juvenal Martins Folly que retornou com o inquérito, no início de outubro, devido a presença de partes que mereciam ser mais esclarecidas. Rodrigo Rolli, delegado responsável pelo caso, encerrou o inquérito e enviou à Justiça no final de setembro, com o indiciamento de cinco pessoas no caso envolvendo a morte do jovem Matheus Goldoni, encontrado sem vida na cachoeira do Vale do Ipê, na manhã do dia 17 de novembro de 2014, após ficar desaparecido por 56 horas. "A intenção é elucidar as provas existentes no inquérito policial. A reconstituição do crime é muito importante porque esclarece a dinâmica do evento, que depois funcionará como uma prova facilitando o convencimento dos jurados durante julgamento", esclarece o promotor.

De acordo com Rolli, a reconstituição foi considerada positiva. "Três testemunhas faltaram. Um rapaz, que está em São Paulo trabalhando, justificou a ausência, enquanto o dono do cachorro quente e uma mulher que passou de carro pelo local não justificaram. Isso será informado ao judiciário, que tomará as medidas necessárias. A acareação tem o objetivo de tomar mais palpável a dinâmica do fato, já que o escrivão estava com as oitivas comparando aquilo que as pessoas falavam durante a reconstituição com o que estava no depoimento", afirma.

 

Segundo o delegado, a reconstituição estava prevista para acontecer durante toda esta terça-feira, porém, a pedido da perícia, a parte final, dentro da mata, foi remarcada para a próxima semana. "Eles não vieram com roupas apropriadas para poderem descer ao local. Choveu muito essa madrugada, está difícil o acesso e é um lugar escorregadio, com muito barro. Com o tempo melhorando e firmando, faremos a terceira parte. No entanto, foi muito produtivo. Foi acompanhado pelo Ministério Público, o advogado da empresa, dos investigados e a família. O importante é trazer a verdade dos fatos, tornando mais visível o crime. Temos que reconstruir tudo da melhor forma", garante.

Agentes da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) estiveram presentes para o controle do fluxo de veículo no momento das fases externas, que funcionou em sistema de "pare e siga" em alguns momentos.

A mãe de Matheus, Nivea Goldoni, espera que a reconstrução dos fatos mostre a verdade do que aconteceu há um ano, no mesmo local. "Nós participamos de todos os depoimentos dos envolvidos e esperamos que essa reconstituição seja esclarecedora, porque houve muita contradição nos depoimentos. Eu preferi não atrapalhar a reconstituição, fiquei parada. Na próxima fase, eu vou estar aqui, mas ainda não sei se vou até lá em baixo".

Atualizada às 13h06