Almas afirma que adoção de lockdown depende de decreto do estado

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Quinta-feira, 25 de junho de 2020, atualizada às 17h20

Almas afirma que adoção de lockdown depende de decreto do estado

Da redação

Em transmissão ao vivo, realizada pelas redes sociais nesta quinta-feira, 25 de junho, o prefeito Antônio Almas informou que a taxa de ocupação de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou agora a 85,71%. Na segunda feira, 22, esse índice foi ainda maior, chegando a 88%. Em virtude disso, o prefeito enfatizou a importância do isolamento social ser cumprido, para que não haja colapso no sistema de saúde. Outro assunto explicado é que as medidas para enfrentamento, inclusive econômicas e sanitárias, não são locais, pois, devido ao pacto federativo, Brasília é o centro da arrecadação dos recursos, portanto, exercendo papel fundamental no combate à pandemia.

Antônio Almas falou também sobre tema que está em alta nas redes sociais essa semana: o lockdown (Entenda o que é lockdown). Inclusive com fakenews, dizendo que já estaria na mesa do prefeito essa intenção. Na reunião realizada na última terça-feira, 23, com o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, não foi definido o lockdown, que, a princípio, tem que ser decretado pelo estado. De acordo com o programa “Minas Consciente”, quando a taxa de ocupação nas UTIs é inferior a 78% pode ser feito o avanço de “onda”, caso os outros dados analisados indiquem isso. Quando a ocupação está entre 78 e 90% deve-se ficar em estado de alerta, e caso ultrapasse, há possibilidade de retrocesso, o que, no caso de Juiz de Fora, seria o lockdown.

"A cidade aderiu ao ‘Minas Consciente’, para que as decisões fossem tomadas em conjunto. Afinal, não basta só a cidade tomar atitude radical, como o lockdown, e o entorno não. Ao contrário do que o governador falou ontem, não cabe a cada prefeito, individualmente, avançar ou retroceder na ‘onda’. Como diz no programa do estado, essa decisão deve ser discutida de forma micro e macrorregional", enfatizou Almas.

O programa do Governo de Minas setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas” (verde, branca, amarela e vermelha), a serem, ainda segundo o texto do programa, “liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença, avaliando o cenário de cada região do estado e a taxa de evolução da covid-19”.

Nesta quinta-feira, 25, às 18h, o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus em Juiz de Fora volta a se reunir, para analisar a situação da região e discutir possíveis medidas a serem tomadas. Ainda de acordo com os dados divulgados, a cidade teve 655 casos suspeitos e 215 confirmados nessa semana.

Conforme estudos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), há tendência de o maior número de casos suspeitos e confirmados, desde o início da pandemia, ser registrado no sábado, 27. E no final de semana do dia 4 de julho a situação poderá ser ainda pior. Os números mostram, ainda, que, em um mês, a taxa de ocupação de UTIs dobrou, e no inverno há aumento de patologias que precisam desses leitos, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e infecções respiratórias, o que aumenta o risco de colapsar o sistema de saúde.

Antônio Almas reforçou, mais uma vez, a importância de o isolamento social ser cumprido, pois não basta a Prefeitura ter aumentado em 50% os leitos de UTIs – e estar buscando amplia-lo ainda mais, comprar equipamentos e tomar atitudes necessárias, se, individualmente, cada um não fizer sua parte: "A taxa de transmissão está em 1,13, quando o ideal é ficar abaixo de um. Isso aumenta o nosso risco de contágio. Precisamos ganhar tempo, para o sistema não entrar em colapso, e isso a gente só consegue com o isolamento social. Cada um de nós precisa fazer sua parte". O prefeito não descarta a possibilidade de endurecer as medidas de enfrentamento à pandemia.