O ano da Reviravolta do Cinema Nacional
O cinema brasileiro está mais vivo este ano e há de se reconhecer tal façanha de disputar a atenção com os enlatados da "gringa" vencendo a resistência cultural de que o acervo de filmes produzidos "made in brazil" são excepcionais e memoráveis (ser apenas bom não basta)
O cinema brasileiro está mais vivo este ano e há de se reconhecer tal façanha de disputar a atenção com os enlatados da “gringa” vencendo a resistência cultural de que o acervo de filmes produzidos “made in brazil” são excepcionais e memoráveis (ser apenas bom não basta).
As produções se destacam pela mistura de crítica social, temas históricos e explorações de novas dinâmicas nas relações humanas, gerando grande impacto tanto em festivais quanto nas bilheterias nacionais, com resultados impressionantes que indicam uma nova fase de crescimento. Até setembro, os filmes brasileiros atraíram 7,4 milhões de espectadores, gerando R$ 142 milhões em receita — os melhores números desde 2020.
Segundo dados da Ancine - Agência Nacional do Cinema, foram exibidos 212 títulos nacionais, com expectativa de mais estreias até o final do ano. Entre os maiores sucessos, Os Farofeiros 2 , *Minha irmã e eu” e *Nosso Lar 2 – Os Mensageiros lideram o ranking.
Esse aumento na quantidade e na variedade de produções reflete uma maior confiança da indústria e do público no cinema nacional. As parcerias com plataformas de streaming e os investimentos públicos e privados estão proporcionando cooperação a novos cineastas e produções mais ambiciosas, além de investimentos na carreira de atores e diretores brasileiros.
Ainda estou Aqui
O filme “Ainda Estou Aqui”, chega aos cinemas no dia sete do mês de novembro, após ser ovacionado, com críticas e comentários positivos em vários festivais. Além de seu valor histórico, também representa um marco artístico ao abordar temas universais de resistência e resiliência familiares. A interpretação dos atores e a direção de Walter Salles dão vida à complexidade dos personagens e ao clima de tensão e medo da época, engajando o público em uma história não só de luta política, mas de humanidade e dignidade.
O destaque do filme também despertou expectativas de uma possível indicação para Fernanda Torres como Melhor Atriz, tornando-se ainda mais especial pela relação com sua mãe, Fernanda Montenegro, única atriz brasileira a receber uma indicação ao Oscar, em 1999. Esse paralelo traz uma dimensão emocional e histórica para o filme, sendo vista como um “ciclo completo” para o cinema brasileiro.
As leis de incentivo à cultura viabilizam novos projetos e permitem que cineastas emergentes caprichem na materialização de suas histórias, gerem mais empregos, atraiam turistas e fortaleça a economia. Pode parecer piegas, mas a premissa de que cada ingresso adquirido é uma espécie de validação para que uma próxima aconteça é pura verdade, pois contribui para um ciclo que enriquece a cultura e promovem pautas, discussões e reafirmam a “sétima arte” como um espaço vital de reflexão e transformação. Que este ritual de apreciação ao patrimônio cultural narrado pelas diferentes visões nativas deste solo possa alcançar novos adeptos estabelecendo a mudança do status quo do audiovisual brasuca.