Superior Tribunal de Justiça concede liberdade provisória ao delegado Rafael Gomes, de Juiz de Fora, preso ano passado suspeito de integrar organização criminosa
O Superior Tribunal de Justiça concedeu liberdade provisória ao delegado Rafael Gomes, preso em outubro de 2022 junto com outros policiais civis na “Operação Transformers”, do Ministério Público de Minas Gerais.
A decisão do STJ, no entanto, o mantém afastado do cargo e ainda outras medidas cautelares diversas da prisão podem ser decretadas como a prisão domiciliar. O delegado Rafael Gomes segue preso na Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte onde, desde o ano passado, cumpre prisão preventiva e deve ser solto até o fim da semana, após o despacho do juiz seguindo a decisão do STJ. Nossa Coluna tentou um contato com o advogado de defesa do delegado, Luiz Eduardo Lima, mas ele não foi encontrado.
Em outubro do ano passado, 250 mandados foram cumpridos em Juiz de Fora e nas cidades de Esmeralda, Botelhos e Três Corações contra suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria ligação com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, adulteração veicular, entre outros crimes. 31 réus foram investigados, a maioria cumpre prisão preventiva.
A ação desencadeada pelo MPMG em 20 de outubro teve, além do cumprimento de mandados, apreensão e indisponibilidade financeira na ordem de R$ 55 milhões. Existe a suspeita, segundo o MP, de que a organização criminosa tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão entre 2017 e 2022.
De acordo com os documentos, que a Coluna teve acesso e que nortearam a operação, o procedimento investigatório criminal foi instaurado a partir de informações que indicavam a existência de uma organização criminosa em Juiz de Fora cujo núcleo central seria formado por nove pessoas, sendo oito homens e uma mulher. Eles estariam, de forma estruturada, praticando diversos crimes: roubo, furto, receptação e desmanche de veículos. O grupo repassava peças a comércios clandestinos localizados na cidade, além do uso de algumas peças em outros veículos, geralmente adquiridos em leilões de seguradoras.
Também foi descoberto um esquema de pagamento de propina a agentes públicos, os quais “blindariam” membros da organização criminosa em troca de vantagem indevida. Segundo os documentos, as investigações apontam indícios de supostas práticas de corrupção ativa e passiva e coloca dois advogados e nove policiais civis entre os suspeitos, em um suposto esquema de suborno permanente dos policiais civis de delegacias especializadas de Juiz de Fora.
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