Peça retratou reinado de Charles 3º como desastre cercado por traições
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O anúncio da morte da rainha Elizabeth 2ª na tarde desta quinta-feira (08) causou comoção ao redor do mundo e encheu o cenário político de expectativas acerca do que esperar do futuro reinado de seu sucessor, Charles 3º.
Em 2014, o dramaturgo inglês Mike Bartlett buscou responder a estas expectativas com "Rei Charles 3ª", drama que propunha uma realidade paralela no momento em que o filho de Elizabeth 2ª fosse alçado ao posto de principal monarca do Reino Unido.
Sucesso na Broadway, a peça causou controvérsias na Inglaterra e, embora tenha abocanhado indicações a prêmios do teatro britânico para sua ficha técnica, não foi considerada para categorias como melhor peça ou melhor texto. Na obra, a trajetória do monarca no trono é um verdadeiro desastre.
Em cena, Charles precisaria lidar com a impopularidade de sua gestão e com movimentos do príncipe William e de sua esposa, Kate Middletton, que querem derrubar seu governo. A sede de poder dos duques de Cambridge foi um dos pontos mais controversos da montagem, que relacionou a dinâmica à do casal Macbeth, da obra de Shakespeare.
Entretanto, a maior polêmica se deu pela aparição de Diana, princesa de Gales morta em 1997, como um fantasma que assombra o ex-marido. Lady Di narra profecias para seu filho e para Charles, sentenciando o fracasso de seu reinado e o levando à loucura. As cenas fazem alusão à entrevista concedida pela princesa em 1995 para a BBC.
A montagem ganhou uma versão para as telas produzida e filmada pela própria BBC.